Diante das especulações de bastidores sobre a possível aliança entre o PSDB e o MDB de Alagoas, o que tiraria os tucanos do lado do senador Rodrigo Cunha (União Brasil) e os jogaria para o lado do governador-tampão Paulo Dantas (MDB), na disputa pelo governo do Estado, o deputado federal Pedro Vilela (PSDB) escreveu, em suas redes sociais, uma mensagem que consegue dizer muito e pouco ao mesmo tempo. 

 

Diz pouco já que não revela qual será efetivamente o rumo do PSDB no processo eleitoral. Na manhã de hoje, o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) disse que tem cabido ao deputado federal definir em que espaço o “ninho tucano” vai se encaixar. Até agora, tudo é tido como martelo batido, mas sem o pronunciamento do principal envolvido.

 

Ao mesmo tempo, a tuitada, diz muito por que, dentro do contexto, soa como uma resposta às declarações dadas por Rodrigo Cunha durante uma entrevista concedida à Rádio Nova Brasil. Querendo ou não, de forma educada e sugestiva, o senador do União Brasil deixou claro que a saída do PSDB de seu bloco político seria a total incoerência.

 

Eis o que escreveu Pedro Vilela no twitter: “Tenho coerência como uma premissa fundamental na minha vida pública. Prova disso é que sempre fui e continuo filiado ao mesmo partido, o PSDB. Meu lado sempre será o de Alagoas”. 

 

Ora, quem disse que uma aliança entre Pedro Vilela e Paulo Dantas “não faria sentido” e seria incoerente foi Rodrigo Cunha. Quando Vilela associa coerência à permanência no PSDB é de se lembrar que, em função dos acordos políticos para viabilizar a candidatura ao governo estadual, quem saiu do PSDB foi Rodrigo Cunha, que pousou no União Brasil. 

 

Tal mudança de agremiação – é válido lembrar – não foi feita à revelia, sem o conhecimento dos tucanos. A ide de Cunha para o União Brasil, em acordo com o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), envolveu a entrada da deputada estadual Jó Pereira no PSDB, já com a condição dela ser vice de Cunha na disputa. 

 

Se Pedro Vilela se refere ao senador do União Brasil, por conta de sua entrevista na manhã de hoje, esquece que a mudança partidária do ex-tucano se deu dentro de um contexto político ensaiado e combinado entre partes. Há até foto com todo mundo celebrando a chegada de Jó Pereira diante da saída de Rodrigo Cunha do PSDB. 

 

Se há incoerências de Rodrigo Cunha nesse pleito, entre estas não está a mudança partidária, já que eu aposto que por mais que Cunha saia do PSDB o PSDB não sai de jeito nenhum dele. É um tucano nato em sua forma de agir... As incoerências de Rodrigo Cunha podem ser listadas. Entre elas, como já citei em um post passado está ter virado o candidato ao governo apoiado por Arthur Lira depois de ter feito tanto esforço para afastar sua imagem dos Liras na eleição na qual foi eleito senador.

 

Dito isso, a fala de Pedro Vilela diante da polêmica não responde ao principal. Afinal, há ou não aliança com o MDB firmada? Com menos de 140 caracteres Pedro Vilela consegue acabar com o mistério. Aliás, bastam três caracteres: ou é não ou é sim. A fala do deputado federal contém aquele jeito tucano de ser: tudo dizer sem nada falar. Rodrigo Cunha faz muito bem isso em muitos momentos também... Aliás, na política alagoana quem não faz...