Conheço, a gaúcha Marta Nunes, dos tempos áureos em que a política para promoção da igualdade racial era tratada, ainda não como uma das prioridades do governo, mas, existia a sintonia, uma interlocução entre pret@s militantes, ativistas espalhados pelo Brasil de fazer a coisa acontecer.
Tempos dos Fóruns Permanentes de Educação Étnico-raciais.
Conheço Marta Nunes faz bem mais de 10 anos e nesse encontro na Maceió molhada de chuvas abissais a gente rememorou (impossível não fazê-lo) os tempos áureos e de como a morte, na câmara de gás do Genivaldo dos Santos, pela Policia Rodoviária Federal virou conversa de esquina, não reverberou, fortemente, nem entre nós pret@S e a nação fez um nem-te-ligo costumeiro.
Genivaldo Santos e George Floyd moram em mundos dissidentes.
Foi bom rever, Marta porque os diálogos me levaram de volta ao tempo que a gente se importava mais com a gente, além dessa imposta cultura do “não vamos comentar” senão pode atrapalhar a eleição.
Tempos do Fórum Social Mundial e o dia de protesto pelas ruas de Porto Alegre, quando encontramos o queridíssimo político, Olívio Dutra.
Faz tempos estranhos,difusos e confusos,(nós concordamos, em uníssono,que pret@s são,estruturalmente, invisíveis)
Invisíveis!
A gente se transformou em uma lápide, com nome escrito em um pedaço de papel midiático, segurado por homens, todos brancos, que pedem justiça para algo, que também é invisível para eles.
Nossos corpos pretos não valem um tostão furado, ou vidas pretas importam para quem?
Falamos também que há uma ditadura sobre a crítica assertiva que descamba em uma afirmação tosca,acusatória, tipo: você está defendendo fulano, é?
Tempos insanos e sem retóricas.
Reencontrei minha amiga Marta Nunes e a gente sentiu saudades de outros tempos.
Prazer em rever-te, Marta!