Adolescente essa ativista devorava o alemão, Charles Bukowski. Seus escritos eram fascinantes. Arrastava-o por entre os vãos da casa, da alma, ruas espartas.
Aonde quer que fosse, o poeta, romancista estava plenamente acomodado entre mãos, no deciframento de mundos paralelos.desconhecidos.
Decifra-me ou te devoro.
Charles foi uma das descobertas da adolescente ensimesmada, mas, extremamente atenta aos barulhos do universo.
Na falta de recursos para comprar livros, enfurnava-se na biblioteca do SESC Poço, em Maceió, colecionando assinaturas em livros emprestados. Virou rata de biblioteca.Bebia as leituras de um fôlego só, ia aos poucos armazenando palavras e expressões para destilá-las agora, em textos mais longos.
Charles era um ébrio costumaz, com sobriedade por palavras filósofas, que cutucavam a mente da pessoa com questionamentos intrínsecos.
Foi um professor no perscrutar as obscuridades d'alma. Hoje dizem-no misógino, mas, em tempos idos ajudou a adolescente a compor escritos, temperados de ironia e sarcasmos.
Adelaide Carraro, a profana, era lida às escondidas, de olhos alheios, sob as cobertas do mundo. Trazia palavras, saborosamente, devassas que despertavam desejos.
Por muitos anos, a adolescente, leu compenetrada, quase todas, as obras da feminista francesa, Simone de Beauvoir como uma enciclopédia de temas a serem devorados e apreendidos. Simone ensinou o binômino de liberdade, mas, foi eclipsada pelo tempo do crescer do ativismo preto, na aprendiz de caminhos.
Desde a história do aprisionamento da menina alemã, Anne Frank,nis clausos das guerras insanas, à vida da cientista Marie-Curie e outras histórias clássicas, a adolescente leu quase o mundo inteiro, recontadas em lembranças no blog.
Ainda bem que a internet, redes sociais são ferramentas da contemporaneidade.
Ainda bem.