O critério é simplesmente político. Atende a pedidos de prefeitos, deputados, vereadores, aliados, amigos. Tudo funciona de acordo com o cargo e o poder que ele proporciona. Por isso, a distribuição de recursos via emendas do orçamento são controladas por quem comanda o Congresso.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, ''O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi o recordista na indicação de emendas RP9 - emendas do relator - na Câmara. Ele apoiou o envio de R$ 276,8 milhões em 2021. Somados aos recursos liberados em 2020, Lira conseguiu R$ 357,5 milhões para irrigar municípios em Alagoas. A maior fatia —R$ 93,8 milhões— ficou com a Codevasf''.

Esses dados referentes sobre quais parlamentares foram beneficiados, valores e quais municípios foram atendidos, fazem parte da polêmica criada pelo tal 'orçamento secreto'. É que só agora está sendo possível conhecer os números porque foram enviados ao STF - após questionamentos, embora ainda faltem detalhamentos por parte de alguns parlamentares.

"Não sei como consegue ser secreto se cadastra, é público, consta no sistema do ministério que é empenhado, liberado, tem toda a fiscalização dos órgãos de controle do país", defendeu Arthur, em Nova York, onde participou de um evento.

OS CAMPEÕES EM EMENDAS DO RELATOR EM 2021, segundo levantamento a Folha:

Márcio Bittar (União Brasil-AC) R$ 460,2 milhões -  relator do Orçamento no Senado

Eliane Nogueira (PP-PI) R$ 399,2 milhões - Mãe e suplente do senador Ciro Nogueira, ministro do Gabinete Civil do governo Jair Bolsonaro.

Arthur Lira (PP-AL) R$ 276,8 milhões - Presidente da Câmara

Rodrigo Pacheco (PSD-MG) R$ 180,4 milhões -  Presidente do Senado

Fernando Bezerra(MDB-PE) R$ 143 milhões - Ex-líder do governo no Senado