O racismo estrutural é insidioso e está aí posto, quando invade, descaradamente, o território dos quilombos, e usurpa direitos. 

-"Consulta médica, agora, não. Só depois das eleições"- ordena sibilando, sutilmente o proprietário de almas quilombolas,no interior das Alagoas, dos Palmares..

O racismo estrutural, atrelado ao machismo entranhado do homem, em branco e preto, é aquele que usa os elementos de poder contra nós, para deseducar nossas lutas, e impor limites, oprimindo caminhos.

O racismo e a opressão machista são irmãos colonialistas.

Ser mulher, preta e ter letramento racial, moça, assusta o poder, e essa mesma máquina de triturar identidades, vai se utilizar das estratégias mais vis para desorganizar aquilombamentos.

“Consulta médica, agora, não. Só depois das eleições”- ordena sibilando, sutilmente o proprietário de almas quilombolas,no interior das Alagoas, dos Palmares. 

O sistema também usa de sutilezas, oferece um poder fictício, para pôr a cordinha em pescoço-egos e transmitir a falsa sensação de  inclusão no círculo de privilegiados.

Para eles somos um subpovo, manipulado e educado, com o único propósito de servir.

Poder é algo que se conquista. Aqualtune não tomou sobre suas rédeas o mais representativo e resiliente quilombo do Brasil , que fica justamente em Alagoas, para, na contemporaneidade, o homem branco (com um palácio construído no meio do nada) determinar o tempo e o horário que o povo preto pode consultar-se  das doenças do mundo.

No Quilombo, no qual  o proprietário de almas quilombolas, proibe o acesso à saude, não há água nas torneiras (só uma promessa para depois de amanhã), não há emprego, não há saúde, não há nada, e mesmo assim ainda dizemos amém?

E continuamos de cabeça baixa, olhando para os pés.

Lembra, moça, como vocês eram, antes de tomarem consciência de que são pessoas e que tem direitos?

“Consulta médica, agora, não. Só depois das eleições”- ordena sibilando, sutilmente o proprietário de almas quilombolas,no interior das Alagoas, dos Palmares.

Sim, moça, é permitido ter medo, mas, precisamos plantar a semente da coragem, porque a luta é árdua, comprida estratégica e atemporal.

“Consulta médica, agora, não. Só depois das eleições”- ordena sibilando, sutilmente o proprietário de almas quilombolas,no interior das Alagoas, dos Palmares.

Mas, é isso moça, deixa o tempo fazer sua caminhada, afinal,como dizem o mais velh@s. “dor de barriga não dá uma vez só.” 

E revolução nasce da opressão que exclui e nossa  gente não nasceu para ser escravizada;

O povo quilombo vale quanto pesa?

Eita, Zumbi!