Hoje essa ativista fez chegar as mãos de D. Ivonete, os cinco exemplares do Odo, Livro Preto de Poesia que seu filho teria recebido, em uma tarde literária festiva, mas, o poeta está morto.
Odo Livro Preto de Poesias uma iniciativa do Instituto Raizesde Áfricas, foi lançado no Mirante da Santa Amélia, no bairro do mesmo nome, em Maceió, no sabado, 30 de abril.
A morte de jovens pretos é tão naturalizada que não choca, não causa comoção. É sempre mais um.
Ivonete, sempre muito contida agradeceu a atenção e consideração: “apesar do meu filho não está”.
E afirmou: “Aquelas flores que ganhei, levei para ele, no domingo, no cemitério. E o valor do prêmio que a senhora me repassou vou fazer o túmulo.”
Essa conversa aconteceu na manhã dessa terça-feira, 03/05, na parte alta da cidade com mãe do poeta morto, e ainda soa surreal.
Quem iria saber que a poesia do menino, a primeira e única, que ele escreveu em sua vida todinha pagaria a construção do seu túmulo?
O poeta tinha 18 anos.
Vidas Pretas Importam Vivas!
Surreal!