Nas pautas de articulações para o encontro das quilombolas alagoanas em Aracaju me deparo com pessoas e braços pontuando o caminho.
Balbino Praxedes, representante da Fundação Palmares em Alagoas me apresenta um cabra, em Brasília que por sua vez me direciona para a quilombola de nome diferenciado, lá em Sergipe. E para não perder o fio da meada, adianto a conversa e falo das ações que o Instituto Raízes de Áfricas e o Forum Estadual Permanente de Mulheres Quilombolas: Enfª Elisete dos Santos vem construindo.
A moça apalude e diz que é muito bom, que tudo isso esteja acontecendo, pois vivemos um período apático e resistência é necessária.
Ela me conta, com entusiasmo na voz, das coisas dos quilombos de Sergipe. Fala que tem duas comunidades estruturadas para receber turistas, com pousada e alimentação. Confesso fico de queixo caído e me perguntando: por que nos quilombos de Alagoas não tem isso?
Dá vontade de pegar um teco-teco e ir direto pra Sergipe ver isso de perto, porque, cada vez que vou a um quilombo nas Alagoas , arrasado pela pobreza, penso nessa possibilidade, como geração de emprego e renda.
Criar uma rota de degustação em alguns territórios é algo interessante, entretanto, todavia, contudo nos deparamos com o racismo estrutural, que além de não reconhecer o valor do território e de suas gentes, ainda, tripudia como coisa de preto.
Alagoas é um estado seletivamente rico, mas, os quilombos continuam pobres de marré-marré-deci.
Que a troca de experiências entre as mulheres quilombolas de Alagoas e de Sergipe estabeleça um plano de voo.
Conhecimento e luta!