Nos conhecemos, faz uns tempos, nos caminhos das lutas/artilharias diárias.
Durante longos anos de militância, muitas vezes solitária, essa ativista para enfrentar o racismo estrutural insidioso se apoiou em discursos contundentes, bélicos, no inquirir as instituições sobre suas responsabilidades em ações de combate ao racismo e na implementação das políticas antirracistas
Ela é uma promotora de justiça conceituada, honesta de princípios e com a vocação para as causas humanitárias. Mulher branca, da elite e assume lugar de poder.
Nesse fluxo de conhecimento, lá trás tivemos alguns embates técnicos. Ela me achava áspera e eu a achava esnobe. Alimentamos indiferenças sociais.
Um dia, o Universo misturou e ressignificou as palavras, daí, iniciamos uma exploração das humanidades que havia em nós. Encontramos parecenças nos propósitos das lutas e o diálogo se fez.
Celebração de caminhos.
Eu a ensino, a partir do letramento racial e ela vai me ensinando, com sua logicidade a leveza do reinventar-se.
Somos amigas.
Em Audiência Pública sobre o genocídio da juventude negra deMaceió, ocorrida na Câmara de Vereadores Maceió, em 28 de março, pelo seu trabalho primoroso foi homenageada com uma moção
E merece, muito.
E, mesmo sendo ela a homenageada teve tempo de acariciar a alma dessa ativista, quando em seu discurso afirmou que: “foi a ativista Arísia Barros que me ensinou qual é meu lugar de fala.”
E,Alexandra Beurlen é assim: justa e generosa.
Parabéns, minha amiga promotora.