Todo discurso de mulheres pretas causa, nessa ativista uma expectativa desmedida, pela vontade do aplauso que formiga em mãos, querendo reverberar no ambiente todinho.

Me ajeito na cadeira, apuro a alma, coloco os ouvidos em posição e coisa e tal

Aí, a preta começa sua fala com a seguinte afirmação: “Eu não sou tão brilhante, quanto as mulheres que me antecederam, mas..." 

Todas as mulheres que antecederam eram brancas. 

Olhei para uma companheira que estava ao lado e ficamos com a menina do olho tropeçando na inquietação: Como assim?

Essa ativista não ouviu nadinha do resto do discurso, os pensamentos ficaram tamborilando, insistentemente na assertiva da preta: 'Eu não sou tão brilhante, quanto as mulheres que me antecederam, mas... "

Brilho, destreza intelectual, brilhantismo não é coisa de pret@?

Levo para moça o questionamento-inquietação, e  ao ouvir a resposta fico pensando que a perversão do colonialismo, ainda, nos prende a uma adequação ao  status quo. 

Alheio.

É o fim, ou the end?