A gari do bairro que moro tem chamado atenção dessa ativista, por conta do horário da caminhada, quando o sol está tinindo.
-Está saindo muito tarde, cuidado com o sol- ela me diz.
Eu rio, satisfeita, pelo cuidado
Em conversa alheiatória reclamo pra moça do caixa no Supermercado que preciso desinchar, engordei uns quilos. E ela me responde: Como assim, a alimentação da senhora é tão saudável. Me diga o que está acontecendo de errado. Eu conto e a gente ri.
E ela também confessa que passou uns dias na casa da mãe e voltou um tanto pesada.
Quitéria, a moradora de rua, sempre elogia os cachos dessa ativista “cabelo biito”, e em um dia que os cabelos estavam particularmente armados e mais bonitos, os elogios foram dobrados e Quitéria me perguntou pelo namorado, marido e respondi de pronto:- Morreu.
Foi?
Rimos juntas.
Com a outra caixa de outro supermercado discuto a questão da energia do universo, a partir da compra de uma muda de arruda. Ela fala de sua crença e engarrafamos os tempos numa boa prosa elástica.
Cumprimento o varredor do passeio, com um “Bom dia, querido” e ele me responde:- “Bom dia, abençoada”.
O bairro que moro é cheio de gente muito legal. Sei quem são e elas sabem que eu sou.
Empatia. Proximidade.
E tem a equipe do sargento Julião da Ronda no Bairro, com quem discutimos o girar e funcionamento dos mundos, do entorno.
Respeitamos o ritual do encontro diário e das conversas singelas, mas, que tão bem fazem a alma.
Belas são esssa gentes trabalhadoras do bairro em que moro.
Salve!