O entrevero envolvendo a vereadora Teca Nelma (PSDB) e a coordenadora do Gabinete de Políticas Públicas para Mulheres, Ana Paula Mendes, durante audiência pública ocorrida ontem (14), na Câmara Municipal de Maceió (CMM), repercutiu na sessão desta terça-feira (15), quando a vereadora Gaby Ronalsa (DEM) saiu em defesa da secretária municipal.

Gaby Ronalsa disse que a coordenadora foi censurada quando estava finalizando sua fala, apenas por ter convidado a presidente da audiência (Teca Nelma) para participar dos eventos voltados às mulheres promovidos pela Prefeitura.

“Aconteceu na Casa do Povo, logo por quem fala que já foi censurada. Foi um desrespeito. Quando uma mulher tem sua fala cerceada, também me atinge. Se eu estivesse participando da audiência, isso não teria acontecido”, afirmou Gaby, classificando a postura da colega do legislativo municipal de “sororidade seletiva”. 

“Enquanto eu for vereadora, se depender de mim nenhuma pessoa terá sua voz calada, independente de concordar ou não com seu posicionamento”, prosseguiu.

Ela criticou ainda o fato de ter sido indevidamente citada durante a audiência de ontem, quando Teca disse que “três vereadoras (Gaby, Silvânia Barbosa e Olívia Tenório) se juntaram com a coordenadora (Ana Paula) para lançar uma notícia falsa, dizendo que ela (Teca) estava produzindo Fake News.”.

Em seu discurso, na tribuna da Casa, Gaby negou a acusação e contra-atacou acusando Teca de “faltar com a verdade” em algumas situações.

“Mentirosa”

Em resposta, Teca justificou que não interrompeu a fala de Ana Paula, já que o tempo dela havia extrapolado e que, ao informá-la que não concederia mais tempo, a coordenadora começou a gritar e a chamá-la de mentirosa, chegando ao ponto de as pessoas pedirem a retirada dela do Plenário. 

“Foi muito feio o que aconteceu. Eu me envergonho, saí envergonhada. Não queria presenciar aquela cena, o desrespeito e a deselegância que aconteceram”, afirmou Teca.

A vereadora também negou que tivesse mentido e disse que a sororidade de Gaby é que era seletiva: “A sororidade da senhora é que é seletiva. Quando eu fui censurada aqui nessa Casa, a senhora não se compadeceu comigo”, disse, se referindo ao episódio ocorrido em junho do ano passado, na CMM, quando o vereador Fábio Costa solicitou à presidência a censura do termo “genocida” com o qual Teca se referiu ao presidente Jair Bolsonaro.

Teca Nelma criticou ainda a ausência de Gaby Ronalsa na audiência e voltou a acusar o Executivo Municipal de tomar para si ideias e projetos de vereadores e até de outras entidades.