É preciso saber:

Desde o início da pandemia são 1.978 gestantes e puérperas mortas pela COVID-19 no Brasil.  Foram 459 óbitos maternos em 2020, 1.510 óbitos em 2021. O Brasil tem a maior mortalidade materna por Covid-19 do mundo. 

A assistência de saúde inadequada para as mulheres na sua vida sexual e reprodutiva, a baixa qualidade da assistência no pré-natal e no parto, o excesso de intervenções desnecessárias, a violência obstétrica, o excesso de cesarianas sem indicação são causas históricas das mortes evitáveis no Brasil. Com a Covid-19 o descaso com a vida das mulheres se aprofundou: uma a cada cinco gestantes e puérperas mortas por COVID-19 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e 32,3% não foram sequer entubadas. Para as mulheres negras a tragédia é ainda pior, com a mortalidade três vezes maior do que entre as brancas.

Além disso, gestantes com COVID-19 tem risco maior de parto prematuro e de morte fetal.  O atraso da vacinação das gestantes e a exigência de prescrição médica impôs às mulheres a exclusão de acesso à única possibilidade de prevenção da morte por Covid-19. Este é um assunto negligenciado, e não há no Brasil um esforço de qualificação da assistência ou de mobilização para a divulgação de informação correta, combate às fake-news e intensificação da vacinação para gestantes.

 

Fonte: O Programa “Democracia e Saúde”