Everton foi preso ilegalmente. O CEP de onde mora, a condição social, cor da pele são marcadores para o pré-julgamento.

 -Ser preto e pobre em uma sociedade racista é ter escrito na testa a palavra “culpado”- diz um amigo da vitima..

Valquides Santos é o nome de batismo do jovem de 26 anos, que muitos chamam de Everton, como homenagem ao pai. 

Morador da comunidade da Vila Emater , em Jacarecica, Maceió Alagoas.

A Vila Emater é uma periferia inchada de vulnerabilidades sociais e literalmente abandonada pelo poder público. Os moradores convivem com a ausência de serviços públicos como saneamento básico, educação, saúde e infraestrutura

-E onde  a polícia só entra atirando- complementa o morador.

É ele quem conta: “Everton trabalha de carteira assinada na função de gari em uma empresa que presta serviços à prefeitura de Maceió, e nas horas vagas, e principalmente nos finais de semana corta cabelo em um pequeno salão, que está montando na sala de sua casa. Ultimamente ele estava saindo de casa às cinco horas da manhã e chegando por volta das vinte horas, suprindo a ausência de outros colegas de trabalho que estavam de atestado médico devido aos muitos casos de gripe na empresa. 

No dia do ocorrido ele estava de folga se sentiu mal e foi até a UPA do Jacintinho, onde fez o teste do covid19. Por volta das 17:30 enquanto se dirigia pra sua residência foi atingido por um tiro devido a uma desastrosa operação policial, aqui na comunidade. Foi socorrido por populares e familiares e foi levado pra mesma UPA que fez o teste do covid19 e em seguida levado pra o HGE, após uns vinte minutos CHEGOU uma viatura tomou conhecimento do fato e foi até o HGE onde estava a vítima e começaram a acusar o jovem de vários crimes, como porte de arma, TENTATIVA de homicídio contra a polícia e tráfico de drogas. Fizeram a audiência de custódia sem a presença da vítima e em seguida pediram a prisão em flagrante do jovem com uma rapidez ABSURDA.

Lembrando que esse caso recente não foi um caso isolado, já aconteceu vários casos aqui na comunidade seguindo esses mesmos modos operantes.

Everton é inocente e toda comunidade sabe disso. Somos pobres, mas nossas vidas não são descartáveis. É preciso que a polícia nos respeite como cidadãos. Liberdade para Everton-fala emocionado, o morador.

O terrorismo de violência d oaparelhamento estatal contra pretos periféricos não pode ser naturalizado, isolando um percentual considerável de uma população  em espaços marginais de dessemelhanças e desigualdades.

É imperioso que o estado de Alagoas tome partido da lei.

Pode até ser pelo Instagram.

Liberdade para Everton-ressoa ao longe!