Eu a vi de longe, sozinha, e fiquei inquieta. Meu povo espiritual soprou:- ele morreu. E fiquei por ali, não me aproximei. Medo de magoar.
Dois dias depois, a encontro e pergunto:- Cadê ele?
Ela tirando os óculos escuros e com os olhos repletos de muitas lágrimas falou:- Ele faleceu dia 22 de novembro.
Olho para ela e digo:- Que pena! Posso te dar um abraço?
E abraço a dor dela, por ter perdido o companheiro/amante de tantas caminhadas.
O que achava bonito neles era como andavam sempre de mãos dadas, entrelaçadas com a cumplicidade.
Um dia ele me parou e perguntou:- era a senhora naquela entrevista na TV Gazeta? Disse que sim. Ele:- parabéns! Ela aquiesceu com um balançar de cabeça.
Quantos anos teriam? Talvez entre 70 e outros entas, mas o que achava mais bonito era o amor que emanava deles.
Companheiros de encontro da caminhada matinal.
E nem seus nomes eu sei.
*escrito em 2016, mas, parece que foi ontem/hoje