A Justiça Eleitoral será um dos principais alvos de Bolsonaro e sua gang durante toda a campanha de 2022. O presidente que desonra o cargo e envergonha o país diante do mundo está de volta com sua guerra particular. Explicando: depois de uma trégua, a partir do fim do ano passado, o sujeito retomou os ataques diários a ministros dos tribunais superiores, em especial do STF. (O tema, aliás, está no Cada Minuto Debate, programa semanal em que converso com o jornalista Carlos Melo. Você pode conferir no portal e em suas redes sociais).
Fim do comercial. A nova onda de disparates presidenciais acendeu não apenas um sinal vermelho – acendeu todos os refletores, de todas as cores. É alerta geral diante de um tresloucado capaz de qualquer delinquência para obter o que deseja. Não se fala de outra coisa, de ontem pra hoje, nas esferas judiciais: como parar um presidente tarado por confusão e fake news?
A pergunta terá de ter resposta rápida e eficaz. Porque Bolsonaro está decidido a melar o jogo, a tumultuar o quanto puder o andamento do processo rumo às urnas lá em outubro. Bem do seu jeito, corajoso de fachada, ele semeia imprecisões, distorce dados e inventa barbaridades. A meta, claro, é confundir a cabeça do eleitor, espalhando falsidades a perder de vista.
Com uma rejeição acima de 60%, é praticamente impossível que Jair Messias consiga o milagre de se reeleger. Pelas últimas pesquisas, o mais provável é que ele nem consiga passar para o segundo turno – se houver segundo turno. Para inverter esse quadro, o pior presidente de nossa história teria de operar uma engenharia sem precedentes. Pelas vias normais, isso não ocorrerá.
Resta o caminho à margem da lei, com vielas e atalhos próprios de quem pratica o jogo sujo. É por aí que estão sendo fabricados os materiais da campanha de Bolsonaro. Para isso, o vereador fantasma do Rio – Carlos Carluxo – já trabalha 25 horas por dia. Não está sozinho, claro, sendo assessorado por aqueles tipos pestilentos que emergiram do pântano em 2018.
O ano que começa será mesmo o mais tenso das últimas décadas na política brasileira. Para que o rumo do país não descambe até para uma tragédia, temos de botar coleira e focinheira no miliciano do planalto. Fora do mandato, terá de responder por todos os crimes que cometeu no cargo. O Estado Democrático e de Direito tem remédios legais contra modelos como Bolsonaro.
Seja como for, que as autoridades brasileiras, especialmente os juízes no TSE e no STF, atuem com coragem frente ao arrastão que vem por aí. O negócio complica quando prevalece a omissão, o hediondo silêncio de cumplicidade. Afinal, esse Jair não passa de um boquirroto, covardão reincidente. Sou repetitivo: ninguém aguenta mais essa tranqueira avacalhando um país inteiro.