Eu lembro dela, quando chegou em meus braços aos 2 meses, era um bebê bem quieto, com olhos de jabuticaba. Brilhantes e perscrutadores
Hoje ela completa ¼ de século, os 25 anos e eu fico contando nos dedos todas as horas, dias e passos que trilhamos para chegar até aqui.
Lembro dela ao longo do crescimento, transformando-se em uma criança extremamente risonha e comunicativa.
A filha que me aconselhava, mesmo sendo ela a criança.
Hoje completa ¼ de século, os 25 anos e eu fico contando nos dedos todas as horas, dias e passos que trilhamos para chegar até aqui.
Lembro quando me chamaram de louca por assumir a adoção de uma criança, sozinha.
Lembro de algumas gentes que apostavam que iria dar errado, incorporar essa maternidade, vinda de um fôlego só.
Ela sempre desafiou o tempo.
Aos 4 meses me chamou de mamã.
Aos 5 meses sentou , e para completar o ciclo, ficou em pé, no berço.
Aos 7 meses, simplesmente resolveu que precisava explorar o mundo, com mais desenvoltura e iniciou suas andanças.
Lembro desse dia, estava em meu colo e pediu para ir para o chão e quando atendi seu pedido saiu andando, simplesmente.
Eu pasma disse:- Olha, ela está andando!
Essa moça determinada vem caminhando pelo mundo assim. Observando os passos e aprendendo a criar pontes de mobilidades.
Dia destes me disse:- Mainha a senhora não percebe que já sou uma adulta?
Sim, eu percebo, mas, o coração de mãe, meio miúdo de saudades da menina de ontem, faz vista grossa e se põe nas redes de recordações.
Um dia- deveria ter uns 5 anos- éramos só eu e ela- deixei-a dormindo e fui ao mercadinho da esquina comprar mantimentos, quando voltei, a menina, chorava desesperada no porta da casa e nesse dia, me fez prometer que nunca mais a deixaria sozinha.
Eu prometi, e todos os dias refaço a promessa.
Que você possa caminhar pela vida tendo a certeza que, como sua mãe, em qualquer dimensão, estarei te protegendo, filha minha.
Você é fruto de um desses sonhos que a gente guarda como prenda maior da emoção.
É um grande encontro de almas. Aprendemos a ser mãe e filha , duas pretas marrentas, com as turbulências cotidianas. Sua presença trouxe para minha vida uma energia inesgotável de seguir adiante: um passo adiante do outro. Trouxe cheiros inigualáveis de dias que amanhecem diferentemente. O frescor das possibilidades, da completude. Eu já não precisava de palavras para explicar a felicidade: eu, simplesmente, passei a senti-la.
Ao longo do crescer dela fui uma mãe GPS. Você está onde? Com quem? Chega que horas?
Sou mãe estressada, algumas vezes, áspera e com dias de excesso de amor, mas d’uma coisa tenho plena certeza ela é a filha que sempre sonhei, e, ao longo dessa caminhada, nos ensinamos a ser a pessoa que hoje somos.
Feliz tempos de novos desafios, senhorita preta diplomada, design publicitária,
Que a vida a abrace com a mesma essência dos abraços dessa tua mãe que te ama.
Chegamos, afinal em ¼ de século, os 25 anos e os grandes desafios ainda estão por vir…
Feliz Aniversário, filha!