A gente nunca pensou, que um dia , haveria tanta empatia entre nós. Ela, uma promotora de justiça, branca, eu uma contestadora ativista preta. 

 A amizade foi criando corpo no desnudar as diferenças, respeitando os tempos das coisas.. Somos participes de mundos difusos e confusos e com diferenças abissais, entretanto, nos encontramos na luta, acreditamos na justeza como principio básico da equidade, nas políticas para todas as pessoas..

Estivemos muito próximas, em 2020 ,quando vivenciamos a claustrofobia do medo, da incerteza e de tantas interrogações mundanas.

Eu, um ser falante pelos cotovelos, enclausurada, um tempo enorme,  comigo mesma, desandava em conversas elásticas nos encontros on-line e ela, empática, ouvia e direcionava caminhos.

Durante os tempos nelvrágicos, Alessandra foi uma amiga que me trouxe equilíbrio e a certeza de que tinha um canto de escuta para voltar.

Ela nem sabe o quanto foi importante para essa ativista. Ela nem sabe...

Hoje, 2021,  já espalmando a mão no tchau, querid@s, Alessandra me liga e diz;” Queria deixar pra vc hoje no fim da tarde, de presente, uma agenda.Como posso fazer?”

Venha simbora, mulher -responde essa ativista.

E junto com o presente Alexandra me trouxe um pote cheinho de abraços, coma fragrância de flores do campo.

Livres!

Ela dirá que o aprendizado foi reciproco, também assevero  isso. 

Só falta brindar com uma cervejinha, né , amiga?

E saiba que  amo você!

Sigamos nas metáforas da vida...