O diploma que minha filha recebeu da Universidade tem meu nome. Está escrito e  bem posto: sou a mãe dela. E que orgulho tenho disso. Eu, uma mulher preta que criei, essa menina, basicamente sozinha, lutando contra os ventos malsãs e consegui formá-la no ensino superior.

Quem quiser que ache que é corriqueiro meninas pretas, atravessarem a ponte do improvável.

Minha filha concluiu seu curso na Universidade.

Impossível não olhar para trás e lembrar dos hiatos, (financeiros, de saúde, emocionais)  que viravam oceanos inteiros e foi preciso atravessá-los a nado. Ousadamente, atravessamos, mesmo que as vezes, o fôlego fugisse.

Hoje quando minha filha, uma design talentosíssima, recebe seu diploma da universidade, eu lembro do meu velho pai, um preto, semi analfabeto que fugiu do roçado,em busca de ser pessoa.

O  mestre funileiro, Antonio Pedro deve está bem  orgulhoso da descendência  que honra o  nome preto. 

Formei minha filha na Universidade.

Xeque-mate!