Era um domingo festivo de sol e um monte de bandeiras verde-amarelas paramentavam a orla da capital turística, feito desfile de 7 de setembro. O clima de manifestaçã, trazia como mote, o homem eleito presidente desse país ,politicamente, pandêmico.
Eu, na caminhada da manhã observava com atenção a performance daquele mundaréu de gentes sob o sol pegando fogo, quando vozes alteradas, tons brutos, invadiram o silêncio, em mim.
Curiosa, olhei no entorno e vi uns cinco homens, carregando músculos ostensivos, em uma corrida desenfreada atrás de um rapaz branco, magrinho. Tomei susto. Entendi a situação e resolvi fazer o registro com a câmara do celular.
O rapaz , bem novo, coagido por cerca de 5 homens, argumentava com o líder deles, a autoridade em questão.
A autoridade transvestida, com a supremacia de poder hitlerliano, fazia ouvidos moucos, aos reclames do rapaz e o clima claustrofóbico, opressivo despertava risco iminente de que algo mais grave, poderia acontecer
Segui o tumulto e filmei toda ação, mas, ao ver o real desespero solitário do rapaz, (socorro dizia os olhos dele) sai do meu lugar de espectadora, e sem medir as consequências, (mesmo com medo), intervi na abordagem truculenta, e questionei a autoridade, chamando-a pelo nome.
A autoridade me olhou indiferençado, demonstrando desimportância (mulher preta, sabe como é, ne?), mas, após algumas posturas institucionais intimidatórias o rapaz foi finalmente “solto”. E confessou a um deputado estadual das Alagoas.- Me salvei graças à intervenção, coragem de uma senhora. ( ele não sabia quem eu era)
Passado um tempo considerável do caso ocorrido, estou aqui matutando: E se fosse eu, uma mulher preta , sendo coagida, será que o jovem branco teria tomado partido?
Teria?