Allan dos Santos, um desses trambiqueiros que se juntaram à turma miliciana de Jair Bolsonaro, está com prisão decretada e é oficialmente foragido da Justiça brasileira. O dublê de jornalista é um dos principais alvos das investigações sobre produção de fake news e ataques às instituições do país. Corajoso quando está diante de um teclado, o rapaz correu para os Estados Unidos quando percebeu que a situação se complicou pra valer.
Nesta quinta-feira, a imprensa nacional noticia que a Interpol, a polícia internacional, está protelando a inclusão de Allan dos Santos na lista de bandidos procurados no mundo. A suspeita é que haja pressões do governo Bolsonaro para impedir que a cara do sujeito apareça naqueles cartazes que anunciam a busca por marginais entocados por aí.
Os delitos do covardão, agora escondido bem longe do Brasil, nascem no site e canal de vídeo Terça Livre. É um desses espaços criados para bajular Bolsonaro e o que há de mais podre no mundo mirabolante da extrema-direita. Naturalmente o patriota recebe uma bolada por esse patriotismo todo. O fabricante de fake news atua desde 2018, ano da eleição do capitão da tortura.
A prisão foi decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A medida extrema veio após o acusado descumprir acintosamente todas as decisões anteriores da Justiça. Santos não apenas descumpriu as deliberações como tratou o caso todo com deboche. Fez isso porque, com a proteção de Bolsonaro, se considera intocável. Mas não é bem como ele sonhava.
Santos se junta a outros ensandecidos que já foram levados pra cadeia pelo mesmo motivo – práticas criminosas para defender o delinquente do Planalto. Reportagem do jornal O Globo informa que nove figuras desse nível tiveram o mesmo destino. Alguns se revoltaram com o próprio Bolsonaro, uma vez que se sentiram abandonados.
Do time presidencial, entre os que foram parar no xadrez estão: o deputado Daniel Silveira, o ex-deputado Roberto Jefferson, o blogueiro Oswaldo Eustáquio, a ativista Sara Winter e um caminhoneiro conhecido como Zé Trovão. Completam a lista de encarcerados Wellington Macedo, Marcio Giovani e Cássio Rodrigues de Souza. Todos especialistas em espalhar falsidades e ameaçar autoridades e críticos do governo.
Se Bolsonaro prometia algo inédito na história deste país, ao menos nesse campo, digamos assim, a promessa está cumprida de fato. Afinal, quando foi que um governo eleito produziu esse festival de dementes dispostos a tudo pelo chefão, a ponto de acabarem passando uma temporada engaiolados? Nas últimas três décadas, nunca. Um governo de apoiadores presidiários. Isto sim é mesmo uma tremenda novidade.