Eu , sou uma mulher preta, nordestina, das Alagoas de Palmares , tecida com um fio de aço, que nas tempestades se verga até o chão, e as vezes dilacera úteros, mas, na primeira calmaria, se ergue com a força do vento, porque apesar da idade, há, filh@s metafóricos para serem paridos.
Sou filha de Obaluaê, (Atotô, meu Babá, tão amado), de Exu, (Laroiê!) Iansã (Eparrey!) e a senhora Iemanjá, (Odó Iyà!), que cotidianamente sopram ao meu ouvido:- vai, Arísia Barros, ser gauche na vida, Arregaço as mangas, paraliso os medos, e respondo: eis-me aqui.
Eu sei da pedra fundamental onde fui assentada. dos medos múltiplos, mas, sobretudo sei do excesso de coragem que me sobra.
Eu, mulher preta, resisto alicerçada com o ativismo crítico, do qual tenho um orgulho extremo.
Eu SEI quem eu SOU e o que estou fazendo NESTE lugar.
Respeite minha trajetória, luta e história. Respeite meus cabelos, BRANC@S! (atentem para a vírgula. Tá bom?)
Que todo povo espiritual sopre vento bem forte para arrastar as ciladas montadas ao longo das trilhas.
Salve, o 20 de novembro construído nos quintais das nossas forças ancestrais.
Salve, Oliveira da Silveira e os pret@s de Porto Alegre por terem inventado uma nova forma de resistência.
Salve o cinquentenário do 20 de novembro.
Não vão nos matar, antes da hora.
Atotô!