Os três potenciais candidatos às eleições de 2022, o ex-presidente Lula (PT), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) tomaram decisões nesta semana nitidamente para disputar e ocupar espaço na mídia.
Lula e Bolsonaro medem forças em suas viagens para o exterior. O petista é recebido na Europa por importantes lideranças de centro e centro-esquerda; Bolsonaro visita países árabes e Moro anuncia que Afonso Celos Pastore, ex-presidente do Banco Central, faz parte de um grupo que ele reuniu para discutir os rumos econômicos do Brasil.
A impressão que fica, a um ano das eleições presidenciais de 2022, é que esse duelo mostra para o público externo e interno que com Lula o Brasil tem futuro pós-Bolsonaro, pois o petista é um estadista recebido por lideranças europeias renomadas.
Já o atual presidente, sem espaço entre os europeus, americanos e chineses, corre para o Oriente Médio para tentar vendar a imagem de um gestor que busca investimentos para o país.
Quanto ao ex-juiz, o anúncio da participação de Pastore na construção do programa de governo ocorreu durante entrevista ao Conversa com Bial na madrugada desta quarta-feira (17).
Controle da inflação, evitar que o país "caia no desespero de extremos'', referindo-se a Bolsonaro e a Lula, mineração e exploração econõmica de terras indígenas, diálogo com outros líderes políticos para construção da terceira via, conversas com o DEM, boicote de Bolsonaro ao seu projeto de combate à corrupção quando comandava o ministério da Justiça e os escândalos na Petrobras durante o governo Lula, foram tratados na entrevista.
E como tema já de campanha eleitoral, semelhante ao que usou no discurso no evento de sua filiação ao Podemos, voltou a citar que "A verdade é uma só: mensalão e Petrolão. E agora rachadinha", uma forma de acusar e tratar Lula e Bolsonaro como extremos envolvidos em irregularidades.