Pouco provável, quase impossível, delírio total, que Sergio Moro e Jair Bolsonaro se enfrentem no segundo turno da eleição presidencial de 2022 porque ambos disputam o mesmo eleitor: conservador, de direita ou de extrema direita e, fundamentalmente, antipetista.
Porém, essa curiosidade de uma disputa entre os dois ex-amigos foi revelada através de pesquisa Exame/Ideia divulgada nesta sexta-feira (12). O atual presidente aparece com 32% dos votos; o ex-ministro tem 30%; branco/nulo 32% e 6% não sabem. 1.200 pessoas entre os dias 9 a 11 de novembro, por telefone. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O que essa pesquisa também revela - hoje - e reforça é o contínuo fortalecimento do ex-presidente Lula e a vontade do eleitor brasileiro de dar um 'cartão vermelho' no presidente Jair Bolsonaro.
Em relação ao levantamento feito em julho, por exemplo, a diferença pró Lula que era de 12%, agora é de 17 pontos, 48% a 31%. O petista também bate com folga João Doria (50% a 22%) , Eduardo Leite (48% a 22%) , Sergio Moro (47% a 25%) e Ciro Gomes (44% a 31%).
De acordo com avaliação de Maurício Moura, fundador do IDEIA, Bolsonaro tem eleitores fiéis, mas a reversão deste quadro é muito difícil porque ele "tem níveis de aprovação abaixo dos seus pares que tentaram a reeleição: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. No terceiro ano de mandato, todos tinham um patamar de aprovação acima de 30% e menor rejeição. E, para serem reeleitos, precisaram melhorar sua performance de popularidade no ano eleitoral. No caso de Bolsonaro, essa recuperação teria de ser recorde”.
EM TEMPO:
1 - ''28%dos evangélicos avaliam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom — 11 pontos percentuais a menos do que a rodada EXAME/IDEIA de 22 de outubro.''
2 - ''55%dos que têm ensino fundamental desaprovam a gestão de Bolsonaro — 9 pontos a mais do que a pesquisa de outubro.''
3 - ''Lula lidera todos os cenários de intenção de voto estimulada. Suas fortalezas seguem as mesmas: classe popular de baixa renda, fortemente concentrada no Nordeste. Todavia, a variável mais relevante é a intenção de voto espontânea. Esses são os respondentes que concentram os eleitores mais fiéis de Lula e Bolsonaro. E é esse o dado que ainda mostra uma desconexão de grande parte do eleitorado, com quase 45% que não conseguem verbalizar um nome sequer de um presidenciável.''
4 - “Os pilares de rejeição e a reprovação do presidente Jair Bolsonaro seguem bastante firmes. A avaliação ruim ou péssima segue acima de 50%. A nossa experiência de opinião pública mostra que é muito improvável reverter esse cenário. Além disso, quase dois terços dos brasileiros acreditam que o presidente não merece continuar. Um número bastante superlativo e que mostra o grau de dificuldade de reeleição”, analisa Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Leia aqui a pesquisa na íntegra.