Apontando as dificuldades que os alagoanos têm para conseguir atendimento, pelo SUS, com médicos urologistas, a deputada Ângela Garrote anunciou na sessão desta quarta-feira (10), na Assembleia Legislativa, que “a partir de hoje, tomei uma posição. Pode vir Outubro Rosa, Novembro Azul e a Ângela Garrote não vai mais usar símbolo nenhum”, desabafou.

A parlamentar disse que, quando os homens descobrem problemas na próstata, não encontram médico para operar.

“Então para quê tanta propaganda do governo federal, do governo estadual, e até nós mesmos, aqui na Assembleia? Para quê comemorar o Novembro Azul? Quando o homem descobre que está com problema, onde é que está o urologista?”, questionou Ângela, acrescentando que a consulta particular com a especialidade médica custa em torno de R$ 300 e a cirurgia, mesmo de menor porte, não sai por menos de R$ 12 mil.

“Então, quem tiver seu símbolo de Novembro Azul pode botar ele na testa, porque Ângela Garrote, a partir de hoje, não faz propaganda para ajudar o governo do estado, se não tem urologista para operar”, concluiu.

Fundo de Combate ao Câncer

Aproveitando o “gancho” do Outubro Rosa e Novembro Azul, outra parlamentar, a deputada Jó Pereira vem reiteradamente cobrando a regulamentação do Fundo Estadual de Combate ao Câncer (PECC), lei de autoria.

Promulgada no final de abril deste ano, a lei garante a reserva de 5% dos recursos da receita bruta do ICMS incidentes sobre cigarros e demais derivados do tabaco; bebidas alcoólicas; agrotóxicos e defensivos agrícolas para uso exclusivo no combate ao câncer.

Segundo a deputada, pela lei, o Fundo já deveria contar com a reserva de milhões de reais em caixa para uso exclusivo no diagnóstico e tratamento da doença em Alagoas. “Esses recursos já estão destinados ao combate ao câncer, única e exclusivamente, então se o governo não regulamentar, esse dinheiro ficará lá, sem uso, enquanto há tanta gente precisando, porque quem tem câncer, tem pressa”, lamenta a parlamentar,  lembrando que a lei não gera despesa para o executivo.

“Não há motivos para o Fundo Estadual de Combate ao Câncer ainda não ter sido regulamentado”, resume.

A propósito das campanhas publicitárias acerca das referidas datas, Jó conta que, certa vez, uma mulher lhe disse que tem “vontade de quebrar a televisão no chão” quando assiste a alguma propaganda orientando sobre “procurar um médico”, justamente devido a dificuldade que usuários do SUS têm para marcar consultas e exames, sejam eles rotineiros ou não.