O sentimento de ódio contra o ex-juiz Sergio Moro une boa parte dos bolsonaristas radicais, lulistas, lideranças partidárias e políticos atingidos pela Operação Lava Jato.  

Com razão, não é pra menos. Cada um, ao seu modo, percebeu na atuação do ex-juiz um jogo com o objetivo de atingir os políticos e o sistema, mas também atuar dentro desse círculo.

Agora pronto para se filiar a um partido político, Sergio Moro começa a enfrentar a ira daqueles que atingiu. 

É o caso do ex-todo poderoso presidente da Cãmara dos Deputados Eduardo Cunha, condenado a mais de 55 anos e 3 meses na soma das penas de três processos da Lava Jato.

Em artigo publicado no Poder360, Cunha ataca o projeto politico eleitoral de Moro.

Leia abaixo alguns trechos:

1 - O que mudou do Sergio Moro daquele momento para o de hoje? Simplesmente nada. Só caiu a sua máscara. Não estamos falando da máscara que estamos usando pela pandemia da covid-19. Falo do que já abordei em meu livro “Tchau, Querida”: Moro era o chefe de uma organização política denominada Lava Jato.

2 - As ações conduzidas pelo chefe dessa operação, o ex-juiz Sergio Moro, inclusive contra mim, estão caindo na Justiça. Seja pelo julgamento da sua incompetência, seja até pela sua suspeição. Ao fim não ficará pedra sobre pedra.

3 - Sempre achei que Bolsonaro estava cometendo um grande erro quando nomeou Sergio Moro ministro da Justiça. Quando o então juiz deixou o seu cargo para ingressar na carreira política, já era claro que ele tinha (e ainda tem) o objetivo de tomar conta de tudo –ou seja, de ser o presidente da República. Achei inclusive que Bolsonaro não era candidato à reeleição. Todos sabiam que demitir Moro do ministério seria uma tarefa difícil, já que ele jamais abriria mão do seu projeto político.

4 - Como explicar as inúmeras prisões preventivas ilegais ou até de cumprimento antecipado de pena depois de julgamento em 2ª Instância, envolvendo ações anuladas depois pelo STF? Como se justifica eu ter ficado em prisão preventiva decretada por Moro, por 4 anos e meio, em uma ação em que o STF depois o julgou incompetente para me processar e julgar? Como Lula ficou preso 1 ano e meio para execução de uma pena que depois teve a ação anulada, pela reconhecida incompetência e suspeição de Moro pelo STF?.

5 - A minha prisão, por exemplo, era para fazer contraponto político ao que ele fazia com Lula. Tentava mostrar uma imparcialidade que, hoje, todo mundo sabe que nunca existiu. Ele mesmo admitia isso em entrevistas, onde tentava se mostrar imparcial com relação a Lula, citando a sua atuação com relação a mim, como exemplo de que atingia a todos os lados da política.

6 - Talvez ele, Moro, tivesse até aceitado continuar como ministro se lhe fosse garantida a vaga de vice de Bolsonaro na reeleição e ele sentisse que essa reeleição era o mais provável. Continuaria com Bolsonaro para depois, de forma pacífica, ser o seu sucessor. Mas as coisas mudaram. Primeiro ele foi desmoralizado pela Vaza Jato, que levou à anulação das condenações de Lula e a várias outras derrotas no Judiciário. Depois ele mesmo viu que não tinha essa garantia de seria o vice de Bolsonaro. Começou a achar que essa candidatura a vice poderia ser derrotada e passou a buscar uma saída para o seu projeto político.

CLIQUE AQUI E LEIA O ARTIGO DE EDUARDO CUNHA NA ÍNTEGRA E TIRE AS SUAS CONCLUSÕES.