Em um depoimento emocionado na sessão desta quarta-feira (15), na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Flávia Cavalcante resumiu a dor e a angústia que acompanham as mulheres com fibromialgia, síndrome que se manifesta com dores em todo o corpo, da qual também é vítima. 

“Hoje graças a Deus eu estou bem, mas passei por uma fase muito difícil na minha vida, que já relatei também aqui, que para não sentir essa dor, que eu não sabia de onde vinha, não conseguia ver nada roxo, nada machucado no meu corpo, eu muitas vezes me mutilava, me cortava, para não sentir a dor física, não sentir essa dor que não sabia de onde vinha”, desabafou.

O testemunho foi dado durante a discussão do artigo de um Projeto de Lei – já aprovado na Casa – que dispõe sobre a obrigatoriedade da colocação do  símbolo da fibromialgia nas placas de filas preferenciais (em estabelecimentos públicos e privados de Alagoas). Flávia é a autora da matéria.

A deputada defendeu a importância da obrigatoriedade do símbolo, como forma de inclusão, divulgação da síndrome e também na tentativa de evitar constrangimentos às pessoas que sofrem com a doença.

Contando ainda que chegou a tomar remédios derivados de morfina para aliviar a dor e  antidepressivos, ela frisou que a síndrome, muita dolorosa, tem afetado muita gente, inclusive nessa fase de pandemia. 

“Tenho fibromialgia e sei o quanto essas mulheres sofrem, inclusive para serem diagnosticadas. Eu mesma só consegui um diagnóstico depois de três anos de muita luta. A  mulher com fibromialgia precisa de um tratamento multidisciplinar e é importante falar nisso nesse mês do Setembro Amarelo,  de prevenção ao suicídio, porque a gente vê muitos casos de mulheres com fibromialgia se suicidando... O tratamento é multidisciplinar, a gente precisa tomar antidepressivo, porque é uma doença que mexe muito com seu psicológico”, pontuou a parlamentar, ao elogiar o trabalho desenvolvido pelo deputado Tarcizo Freire, em Arapiraca, com mulheres fibromiálgicas.

Ao final, Flávia anunciou que, em conversa com ela, o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, se comprometeu em construir uma linha de tratamento para fibromialgia no estado,  para que no Hospital Metropolitano tenha um ambulatório para atender as vítimas da doença.

Que o corajoso relato mostre a outras mulheres vítimas da doença que elas não estão sozinhas.