“Desde 2015, Alagoas é o estado que apresenta maiores diferenças de vitimização entre negros e não negros, com taxas de homicídios de negros 42,9 vezes maiores do que as de não negros”- nos informa o Atlas da Violência,do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado na terça-feira,31 de agosto.
E, faz tempo que Alagoas política faz ouvido de mercador, ao genocídio institucionalizado e naturalizado, que campeia, potencialmente, nos territórios periféricos das desigualdades.
Um genocídio contínuo do povo preto, como apagamento sistemático da história, em diferentes dimensões – cultural, econômica, política e existencial- como bem o disse,Abdias Nascimento.
Alagoas, em tua gestão, Excelência, faz um “não te ligo" arrogante e indiferenciado, para a essencialidade das políticas dos direitos humanos , como enfrentamento à longeva história escravista alagoana.
Os programas voltados para o enfrentamento ao racismo estrutural (existem?) são falhos,inócuos , por conta da apatia política do governo e a ausência de gestor@s, com propriedade de conhecimentos e articulações necessárias para desfazer as bases seculares do navio negreiro, que continua a sangrar nossas vidas.
Mulheres pretas são ignoradas nos discursos empolados cheios de vazios no instagram, do órgão estatal em que“especialistas” são tod@s escolhid@s a dedo, pelo partido político.
A coisa toda é anacrônica e midiática. Midiática e anacrônica.
E o silenciamento da sociedade civil se faz, afinal, é mais fácil apontar os erros de partidos da direita.
Esquerda, direita, volver!
“Ao analisarmos as proporções por raça/cor entre as vítimas de homicídios em 2019, podemos visualizar de forma mais evidente os níveis de desigualdade racial entre as UFs, especialmente porque em estados como Alagoas, o exemplo mais representativo, quase a totalidade das vítimas de violência letal são negras, mesmo com os negros constituindo uma proporção bem inferior a isso, 73,7% da população total”, diz um trecho doAtlas da Violência.
Os direitos à vida da população preta, em Alagoas, de uma forma indiferenciada, se faz moeda de troca politica, enquanto, muitas de nós, uma-a-uma, continuamoss a ser mortas.
Teu governo falhou e falha, gravemente, na questão das políticas públicas de combate ao machismo ,aliado ao racismo estrutural, criando uma vulnerabilidade social, sem precedentes.
São milhares de vidas , de um universo substantivo de mulheres pretas, consideradas prescindíveis.
Quando o estado não interfere na dinâmica da preservação de vidas, torna-se cúmplice de todas essas mortes.
Vamos conversar sobre o Atlas da Violência, Excelência Renan Filho, ou a vida das mulheres pretas, não importa nadinha para tua gestão?
Importa?!
Fonte:https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/publicacoes