(Atualizada às 16h20)

Governo do Estado e Prefeitura de Maceió trocaram alfinetadas nas redes sociais nesta quarta-feira, 1º de setembro. Maurício Quintella, secretário estadual de Infraestrutura, “deu a largada” pela manhã, ao denunciar, em vídeo, que o Município está tentando paralisar a nova obra do antigo Alagoinhas, rebatizada de Marco dos Corais, cujo projeto foi anunciado ontem por ele. 

“Fui surpreendido pela notícia que a prefeitura notificou o Estado, cobrando um alvará de construção sob pena de, se não fosse apresentado em dez dias paralisar as obras do antigo Alagoinhas. Ou a prefeitura está absolutamente desorganizada e sem informação ou isso é um ato de absoluta má fé para atrapalhar o andamento da obra”, disse o gestor.

Quintella prosseguiu afirmando que, em 2014 o Estado solicitou o alvará e a prefeitura abdicou da emissão do documento por “incompetência”, já que se trata de um tipo de obra que não cabe ao município emitir alvará.

“Prefeitura, se não puder ajudar, não atrapalhe”, criticou o secretário, classificando a cobrança de “picuinha”.  

Aumento na água

Horas depois, no começo da tarde, o prefeito JHC se dirigiu diretamente ao governador Renan Filho para criticar “o absurdo, em plena pandemia, do aumento de mais de 8% na conta de água em Alagoas”.

“É muito descaso com a população de Maceió, em especial com os mais pobres que lutam para pagar as contas. Reconsidere essa decisão. Aqui na Prefeitura a gente cuida de quem mais precisa. Reduzimos a tarifa de ônibus, a mais barata entre as capitais, e criamos o Bem, pra ajudar nesse momento difícil. É hora de cuidar das pessoas”, escreveu JHC no Twitter.

No microblog, quem respondeu foi o secretário estadual da Fazenda, George Santoro: “Em que país o senhor vive? Inflação acumulada do governo que o senhor ajudou a eleger é a maior dos últimos anos. Todos os custos disparando. Tem que ser responsável. Estamos há dois anos sem aumento de água. O senhor vai acabar quebrando a prefeitura. Menos demagogia e mais gestão”.

Parte do aumento

Também por meio das redes sociais, o perfil oficial da Casal respondeu, se dirigindo ao prefeito, que o último reajuste aplicado pela Companhia ocorreu em julho de 2019, há dois anos e três meses. “A Casal não aplicou nenhum reajuste em 2020 por ser solidária e sensível ao momento de pandemia enfrentado pela população. Mesmo assim, a Companhia absorveu todos os reajustes de insumos, principalmente de energia elétrica e de produtos químicos”, diz o texto.

“Vale frisar também que a Companhia está há mais de um ano sem fazer nenhum corte no fornecimento de água por motivo de inadimplência dos clientes. Acredito que o senhor não deva ter a informação, mas, os 8% de reajuste autorizados agora pela Arsal refletem apenas uma parte do aumento de insumos que afetaram o setor de saneamento nos últimos dois anos. A Casal segue sensível às demandas sociais, trabalhando firme e destaca que faz o maior investimento em esgotamento sanitário de toda a história de Maceió”, concluiu o órgão.

Endividados

Durante a tarde, outro político a “entrar na briga” foi o senador Rodrigo Cunha. Em vídeo, ele afirmou ter ficado surpreso com o “absurdo aumento de mais de 8% na conta de água”. 

“Sou completamente contra. Isso é inaceitável, principalmente nesse momento de crise, quando mais de 60% dos alagoanos já estão endividados”, pontuou, lembrando que tem percorrido o interior com o  Feirão do Nome Limpo para renegociação de dívidas e a maior parte das pessoas atendidas não conseguem pagar justamente as contas de energia e água, serviços essenciais. 

Eis mais uma mostra que 2022 já começou.