Maceió registrou uma redução de 43% no número de acidentes de trânsito no primeiro semestre de 2021, de acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). No entanto, as recentes colisões com mortes nas principais vias da capital têm gerado preocupação e levantado dúvidas sobre a atuação do órgão.

Ao CadaMinuto, o superintendente da SMTT, André Costa, fala sobre as ações planejadas diante dos acidentes e casos envolvendo direção e álcool. Como também, quais os objetivos durante sua gestão e o papel da entidade. Ele também falou que o órgão está trabalhando para uma contratação de radares eletrônicos, “diferente do que foi feito no passado, que eram dispositivos instalados às escondidas, às ocultas”, disse.

CM: Em menos de um mês, três acidentes foram registrados na Avenida Fernandes Lima e Durval de Góes. Como a SMTT pensa em fazer para evitar mais acidentes nesse trecho?

AC: A SMTT fiscaliza, diariamente, os principais corredores de transportes da capital para ordenar o fluxo de veículos e evitar a ocorrência de acidentes nas vias. Devido a um aumento no número de acidentes nos últimos dias, sobretudo envolvendo motociclistas. Com o aumento da presença dos agentes nesses locais, e da equipe de educação, para evitar irregularidades.

A ideia é trabalhar a conscientização dos condutores e orientá-los para que respeitem as sinalizações implantadas ao longo das vias, os limites de velocidade e adotem a direção defensiva, sempre com o intuito de que vidas sejam preservadas no trânsito.

CM: Em abril deste ano, a SMTT disse que houve uma redução no número de acidentes de trânsito, mas vemos muitos motoristas que bebem e dirigem, ocasionando acidentes. Como você avalia essa situação?

AC: O número de acidentes em Maceió reduziu 43% no primeiro semestre de 2021, quando comparado com a quantidade registrada no mesmo período de 2020. O levantamento com as ocorrências dos seis primeiros meses mostra que nas Avenidas Durval de Góes Monteiro e Fernandes Lima detecta uma redução de 42,5%. Entretanto, mesmo com a redução, ainda é necessário muita cautela por parte dos condutores, que precisam se atentar  

Sobre embriaguez ao volante, sabemos que álcool e direção é sempre uma mistura muito perigosa e, historicamente, contribuiu para que vidas fossem perdidas em vias. A SMTT está atenta a essa recorrência e tem desenvolvido ações para buscar reverter essa situação e reduzir os índices. Mas, vale ressaltar que o cidadão é o grande protagonista nisso e é fundamental que seja respeitada a sinalização nas vias.

CM: Na sua opinião, os pardais eletrônicos que foram desligados, deveriam voltar para evitar mais acidentes?

AC: As equipes técnicas da SMTT seguem estudando as melhores alternativas de dispositivos e medidas que ajudem na redução de acidentes na capital. Esses estudos avaliam pré-requisitos como o histórico e frequência de acidentes, excesso de velocidade no local e todos os fatores que mostrem que determinada via necessita de intervenções por apresentar maior risco de ocorrências. Estamos trabalhando para uma contratação de radares eletrônicos, diferente do que foi feito no passado, que eram dispositivos instalados às escondidas, às ocultas.

Nosso intuito não é simplesmente autuar, mas que sejam pontos devidamente sinalizados e respaldados por estudos técnicos que detectem que os locais são pontos críticos, com elevados índices de acidentes onde a velocidade precisa ser reduzida. Acredito que isso só virá com as devidas sinalizações horizontal e vertical, bem como com os visores que identificam a velocidade que o condutor passou pelo equipamento eletrônico.

CM: Você é delegado federal e hoje em dia atua como superintendente da SMTT. Como tem sido essa mudança e quais são seus objetivos à frente da pasta?

AC: É uma atuação na área da segurança pública e uma forma de contribuir nessa área, no setor de segurança viária, onde iniciei minha carreira no serviço público. Fui aprovado e atuei como agente de trânsito. Destaco ainda que é um grande desafio, já que a mobilidade urbana impacta, diretamente, no dia a dia da população e requer atenção constante. Mas, sempre sou movido a desafios e a necessidade de mudanças. Nós passamos por uma crise de mobilidade gerada pelo afundamento dos bairros e eu chego nesse momento para encontrar as melhores soluções e tudo isso, realizando um trabalho em equipe.

CM: A SMTT, às vezes, é mal vista pela população. Você tem essa percepção? O que fazer para aproximar as pessoas do órgão?

AC: Sim, sem dúvidas.  Destaco aqui a presença dos agentes, que muitas vezes recebem tratamentos hostis pelo fato de que pessoas que cometem irregularidades não gostam de serem fiscalizadas. Em contrapartida, existe uma parcela maior de pessoas que cobram a presença das equipes nas ruas.

Eu defendo que, quando um condutor segue as leis de trânsito, ele não se incomoda com o fato de ser fiscalizado, muito pelo contrário. O papel do agente é bem maior do que simplesmente fiscalizar, eles se envolvem em diversas atividades, mas a missão principal é contribuir para a preservação de vidas e conscientização das pessoas, buscando evitar que incidentes possam acontecer.

O trabalho exercido pelas equipes é fundamental para a promoção de um trânsito mais humanizado. Enfim, estes profissionais atuam em diversas frentes para contribuir com a sociedade. Desde o auxílio numa travessia de pedestres até o apoio durante um acidente numa via, eles estão lá, de forma muito humanizada, dia e noite, para atender quem quer que seja.

O objetivo é seguir com esse trabalho, e também promover uma maior aproximação com as comunidades, observando as demandas de perto, estreitando cada vez mais os canais de diálogo com os cidadãos, para que as pessoas possam acessar os serviços que são prestados pela SMTT.

*Estagiária sob a supervisão da Editoria