Sentada em um dos bancos do passeio público , na tarde do sábado, eu os avistei de longe.
Ela uma senhora idosa, cabelos de nuvens, passos limitados pelo cansaço dos muitos caminhos. O rosto riscado de tempos traduzia uma satisfação de contentamento, bem contente.
A senhorinha dos cabelos de nuvens, se apoiava com uma confiança cúmplice, no ombro do homem, que deduzi ser o filho.
E ele, o homem, cadenciava os passos do passeio para dar respiro a caminhada da mãe, numa paciência amorosa.
De quando em vez, acarinhava a mão da senhora que repousava em seu ombro, em um gesto de proteção.
Fiquei observando os dois no passeio público, e a coordenação dos passos de quem um dia foi cuidado e agora cuida.
Talvez mãe e filho.
Isso deve ser amor.