Em entrevistas à imprensa nesta quinta-feira (19), o coordenador do Gabinete de Gestão Integrada de Combate à Covid-19 de Maceió, Claydson Moura, o Mourinha, deu recados duros – e necessários – para as pessoas que, passado o prazo, ainda não retornaram para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Conforme dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) 25.405 pessoas estão atrasadas para aplicação da segunda dose dos imunizantes na capital.

O gestor classificou de criminosa e irresponsável a conduta daqueles que deixaram de tomar a segunda dose alegando longas filas de espera, reações adversas ou até mesmo razões políticas. Ele também anunciou, ainda sem entrar em detalhes, que o Município logo irá tomar medidas “duríssimas” em relação as pessoas que estão colocando em risco a saúde de todos.

“A possibilidade de você, que tomou a primeira dose e não tomou a segunda, é enorme. Não pense que isso é discurso, nem brincadeira. Maceió não ganha financeiramente nada. Nós não estamos buscando prêmio, estamos buscando salvar a sua vida. Larga de ser otário, larga de ser bestão, larga de ser pivete, aja como adulto, tenha responsabilidade, tenha amor próprio, tenha empatia, tenha a capacidade de ser colocado no lugar das pessoas que precisam que a economia funcione, que querem viver e que fazem a sua parte”, desabafou o coordenador, em entrevista ao jornalista Wilson Júnior, na Rádio Pajuçara, nesta manhã. 

“Nós não podemos ter criminosos, irresponsáveis, imprudentes. Nós não podemos ser tão infelizes ao ponto de achar que já que tomou a primeira dose não precisa tomar a segunda, porque teve uma reação, porque teve uma febre, teve uma diarreia, isso é a maior ignorância do mundo, isso beira a estupidez”, afirmou, ressaltando que não está se referindo àqueles que simplesmente esqueceram, mas àqueles que não foram “por pirraça, por negacionismo, por política, por partidos, por qualquer coisa que seja, eu faço um apelo para que não façam isso, para que procurem hoje, agora, imediatamente os nossos postos de vacinação”. 

Sobre os argumentos utilizados por muitos que não retornaram, como reações adversas às vacinas, prosseguiu: “É muito melhor ter uma febrezinha, uma caganeirazinha, desculpa a expressão, do que ter uma mangueira enfiada na goela, dentro de uma UTI, arriscando ter uma infecção... 25 mil pessoas sem tomar a segunda dose são 25 mil pessoas com um potencial imenso de ter gravidade, de ir pra UTI, ir para o cemitério e o pior, de contaminar um inocente, de levar o vírus para dentro de casa, ter que enterrar um pai, uma mãe, um filho, uma avó, um avô, então não sejamos criminosos, não sejamos irresponsáveis isso é uma luta todos nós somos soldados”.

Comparativo

Em entrevista ao vivo para o AL TV segunda edição, Claydson Moura disse, a título de comparação, que 25 mil pessoas representa a população de uma cidade como São José da Laje e um número maior que a população de 70 municípios alagoanos. 

“Não dá pra gente brincar com isso. São 25 mil pessoas que acham que estão imunizadas e não estão. Se você que tomou a primeira dose não vier tomar a segunda dose, não estou lhe rogando praga não, porque eu sou um homem cristão, mas você vai morrer e você vai levar doença para sua casa, para o seu lugar de trabalho, e não é justo fazer isso nem com você, nem com as pessoas que você gosta”, pontou, lembrando que a maioria dos maceioenses está fazendo a sua parte, independente de reação, tempo de espera na fila ou qualquer outro argumento.

Ainda conforme a SMS, dos 25.405 faltosos para aplicação da segunda dose dos imunizantes, 4.488 não concluíram a imunização com a vacina CoronaVac, 14.939 com AstraZeneca e 5.939 com Pfizer.