A atriz Samara Felippo, fala sobre maternidade e racismo:
"Eu vivia muito na minha bolha branca, romantizada. Vivi durante muitos anos nesta bolha. Furar é muito difícil, requer informação, abrir a mente, consciência. Acho que isso veio aos poucos. Não foi uma chave que virou de repente.
É um assunto delicado de eu falar. A gente cresce tão racista, que eu lembro que tive a cesárea, e uma amiga minha disse que eu saí sedada, falando: 'E o cabelinho dela, como é?'. Até onde vai o subconsciente, entranhado na gente. Eu nunca contei para ninguém, é a primeira vez que estou abrindo.
Eu espero prepará-las através do diálogo, através do não aceitar tudo, sempre duvidar, sempre questionar, sempre responder. Ao mesmo tempo em que você precisa respeitar, impõe o seu respeito como mulher preta nessa sociedade. Não aceite menos do que amor e respeito na sua vida. Sonhe grande, sonhe alto. Sempre mostrando que elas pertencem a esse mundo.
Eu vou ter muita raiva, muito ódio e vou chorar muito. Mas nunca vou saber o que elas estão passando, só elas saberão. Eu estou aqui para dar acolhimento", concluiu a artista , Samara Felippo, de 42 anos.
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