Ao comentar a discussão, entre os deputados Ronaldo Medeiros e Cabo Bebeto, sobre a privatização dos Correios na sessão desta quarta-feira (4), na Assembleia Legislativa, o presidente da Casa, deputado Marcelo Victor, relatou uma experiência própria sobre o assunto.  

Ele contou que quando foi candidato a prefeito de Rio Largo, em 2016, recebeu um pedido inusitado durante visita a um bairro da cidade: um “CEP” “para um bairro pronto, já feito, pavimentado, com energia, com todos os equipamentos públicos que podia ter no bairro e os Correios não entregavam uma carta”.

“O bairro de Rio Largo para os Correios do Brasil é uma coisa pequena, mas muito para aquela comunidade. Só por isso tinha que fechar os Correios... Três anos que o bairro não tinha o CEP e por isso não eram entregues cartas lá. O Brasil não pode mais conviver com esse tipo de coisa. Ou nós modernizamos o nosso Estado para cuidar de quem precisa, dos idosos, das crianças, ou esse negócio de ‘estado incompetente empresário’ não funciona mais”, analisou.

O presidente reforçou que ter uma cidade, na grande Maceió, com um bairro gigantesco, onde mora milhares de pessoas que não recebem cartas, fatura de cartão, porque não tem CEP seria “incompetência, inoperância ou má vontade” e está no rol das coisas com as quais a sociedade não pode mais conviver.

Para Marcelo Victor, o Estado, “ao assumir esse tipo de serviço-fim de forma trágica e insistir nisso é, no mínimo, no mínimo, estupidez. E um Estado estúpido acaba com a sociedade”.