Com o novo reajuste, o preço do botijão de gás de 13 kg ultrapassará os R$ 100,00 em todos os pontos de venda. Essa perspectiva é feita pelo economista alagoano Cícero Péricles, que avalia que o aumento comprometerá 10% de um salário mínimo.
O gás passará por mais um aumento no próximo 1º de agosto em torno de 7%, chegando ao acumulado de 46% neste ano, impactando na renda familiar e na rede de serviços que utilizam o gás como insumo. Cícero Péricles explica que a política de preços do gás é semelhante à da gasolina e diesel.
“Ela foi modificada em 2019 e, desde então, os reajustes também estão vinculados a cotação diária do barril de petróleo. O preço do GLP é estabelecido numa cadeia. O Brasil importa maior parte do gás que consome. Como é uma commodity, um tipo de mercadoria que tem o preço conectado ao mercado internacional, seu valor é composto pelo preço da importação, mais os custos das empresas importadoras com fretes marítimos, com transportes até a compradora, impostos federais e estaduais, mais as margens de lucros das empresas distribuidoras e os ganhos dos revendedores, que, atualmente, entregam o botijão por R$90,00 ou mais. No ano passado, o gás subiu o dobro da inflação e, este ano, já está 38% mais caro”, detalha ele.
O economista afirma ainda que os reajustes dos demais combustíveis geram aumento de preços em quase toda a economia porque os custos de transporte, seja com o diesel ou gasolina, têm influência direta na inflação, afetando tanto o custo de vida das famílias como o custo de produção das indústrias, comércio e serviços.
“No caso do diesel, aumentam os preços dos fretes, realizados, basicamente, por caminhões e utilitários; assim como das passagens de ônibus urbanos e interurbanos; no caso da gasolina penaliza principalmente os usuários de transporte individual", completou.
Em Alagoas, há 400 mil automóveis e 380 mil motos que consomem regularmente a gasolina. Como esse combustível subiu 46%, nas refinarias, somente este ano, os gastos das famílias ficam maiores e, por outro lado, os reajustes reduzem os ganhos daqueles que trabalham com táxis ou transporte por aplicativo, do tipo Uber, 99, etc.
“Como era de se esperar, o aumento nos combustíveis encarece os produtos alimentares – e demais mercadorias – que são transportados de seu espaço produtivo para a comercialização”, disse o economista.