Com Jair Bolsonaro internado e o vice-presidente Hamilton Mourão no exterior, há um impasse sobre se Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos deputados, pode substituí-los.  

Esse caso só pode ser resolvido no Supremo Tribunal Federal, e sua história inicial envolve outro alagoano, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Em 2016, com Calheiros presidindo o Senado e reú no STF, o plenário decidiu liminarmente que 'réus em ações penais no Supremo não podem substituir o presidente e o vice caso os dois se ausentem do país, ainda que estejam liberados para comandar as duas Casas Legislativas federais.'

Em 2019 a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a Primeira Turma do Supremo o deputado federal de aceitar propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo.  

A defesa do parlamentar recorreu prontamente.

A discussão no mundo jurídico sobre o impedimento está no fato de que embora a denúncia tenha sido recebida, o recurso ainda não foi julgado, portanto, o parlamentar não virou réu efetivamente.  

Outra corrente entende que a partir do recebimento da denúncia o acusado torna-se réu, e isso o impede de assumir a presidência.

Caso Arthur Lira assuma interinamente o governo federal, certamente o questionamento será feito. E a decisão caberá não ao colegiado, mas a uma decisão monocrática - uma vez que a Corte está em recesso - do presidente Luiz Fux, ou da vice-presidente Rosa Weber, que assume o plantão na próxima semana.