Na década de 1840, em Maceió, , Lucrécia era  uma mulher escravizada,   chamavam-na de “mulata” escrava.

Lucrécia   era  ama de leite ,  mucama na casa do Barão de Piragé.

O Barão de Piragé tinha uma filha de nome Alcina, que até os 6 anos foi cuidada por Lucrécia, depois foi para o colégio interno e só retornou à casa, aos 14 anos.

Crescida, Alcina  apaixonou-se por Anibal, um jovem oficial do exército, sob o olhar de negação do pai, que almejava um casamento de status para filha.

Sabendo da rejeição do Barão, a escravizada Lucrécia , que nutria muito afeto pela menina, se fez pombo correio para o casal. 

Amor proibido.

O Barão decidiu matar Anibal, o apaixonado da filha e sabendo da trama Lucrécia contou para a menina. O plano não deu certo, Anibal fugiu e o Barão descobriu que Lucrécia acobertava o casal.

O Barão não contou histórias, levou a escravizada par a seu engenho de açúcar, em Atalaia e mandou  judiar de Lucrécia e de tanta judiação, sete  dias após  veio a falecer, no tronco,  não, sem antes deixar escrito  uma história de novela..

Na época que a mulher do Barão engravidou, a escravizada também ficou grávida. Pariram no mesmo dia. A mulher do Barão não resistiu ao parto e morreu. Lucrécia espalhou a notícia que a filha  dela tinha nascido morta , daí, matou a filha recém nascida do Barão e colocou a dela no lugar.

Na Casa Grande.

E , por muito tempo partilhou a liberdade da filha sendo sua  ama de leite e cuidadora.

A filha de Lucrécia  era  criada na nobreza.

Historiador@s explicam que o gesto de Lucrécia foi uma forma de emancipar a filha e evitar que  fosse violentada pelas correntes perversas da escravidão.

E foi assim que Alcina , a filha da escravizada Lucrécia,  se fez nobre, senhora da Casa Grande.

Mas, essa história não tem um final feliz. 

No meio do caminho tinha um tronco…

 

 

Fonte: Maciel ,Pedro Nolasco, A Filha do Barão, 1976