A menina Laura Maria da Silva nasceu em  1911,mas o registro oficial só se deu em 6 de novembro de 1921 , aos 11 anos.  

Filha da costureira Amália Ferreira e do sapateiro João Mota da Silva , a pequena  recebeu o apelido de netinha, por ser a única menina no meio de um mundo  de homens.

A adolescente Laura nutria um certo temor  dos ritos ancestrais,mas,  foi a partir do  adoecimento, em duas ocasiões,  e a cura através da religião, que  fez a menina refletir

Aos 13 anos, quando fazia uma oferenda  para  Oxum, inexplicavelmente,   foi abraçada por um arco íris , dentro das águas e , o fato ampliou os olhares e gostares da adolescente  para religião de matriz africana. Aos 18 anos fez a cabeça no santo.

Era uma legitima representante da religião de raiz africana. E entre louvações, cantos, exercitava o diálogo ancestral. 

Seu terreiro da nação nagô  era um lugar de aconchego para as angústias das almas de tanta e muita gente.. 

Era uma ialorixá  preocupada com a vulnerabilidade da infância pobre , e  onde já funcionava o Centro Africano Nossa Senhora do Carmo, fundou, em 1998 ,  a Escola Nossa Senhora do Carmo,  a noite desenvolvia o Projeto Saber, para Jovens e Adultos.

A ocupação se deu no  bairro do Jacintinho, considerado  um quilombo urbano-contemporâneo.

Na historiografia oficial  Mãe Netinha é considerada a mais antiga  mulher do xangô  sagrado, no estado de Alagoas..

A trajetória de  mãe de santo   produziu uma narrativa repleta de lutas , resistências e transcende a tradicional cronologia. Sua história é atemporal.

E a  memória da história de Laura, a Mãe Netinha traz  uma  substantiva força preta política

Morreu em 2006 e o  xangô  alagoano fez silêncio.

Axé!