O nome de registro era Antonio Nunes, mas, muita gente o conhecia como Toinho, o quilombola artesão com as mãso cheias debarro, marido da consagrada da mestra D. Irinéia.
Nascido em 26 de novembro de 1940, no Povoado do Muquém, em União dos Palmares, Alagoas, desde jovem ajudava o pai na olaria, no acabamento das telhas. Mexia com barro.
Casou-se com D.Irinéia e desse romance nasceu uma cumplicidade no amor pela arte feita no barro.
É D. Irinéia quem conta: “Depois que a gente se casou ele começou a ir buscar barro, ali no barreiro e a gente começou a fazer algumas coisas além de panela e jarro. É que o povo encomendava mão de barro, cabeça e outras partes do corpo pra poder pagar promessa. E a gente fazia tudo”.
O mestre Toinho produziu grandes peças , com o barro moldado a mão e cozido em fornos artesanais, peças decorativas e utilitárias que ganharam o mundo.
A escultura preferida de Antônio era o casal de namorados,( escultura que se encontra em um passeio da Lagoa da Anta,no bairro de Jatiúca, em tamanho gigante), que representava a ligação do casal.“Aqui sou eu e ela, um casal que se ama”- afirmava o artista, referindo-se à companheira, de toda uma vida.
A covid 19 levou o mestre, que moldou o barro e recontou histórias ancestrais, em uma segunda-feira,09 de novembro de 2020.