Ao resumir, em postagem no Twitter, os 60 dias da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB), relator da comissão, disse que o presidente Jair Bolsonaro desdenhou da pandemia, criou um governo paralelo, sabotou os imunizantes, alastrou o vírus e entregou vidas a “charlatães e lobistas de cloroquina como ele e os filhos”. 

Renan citou ainda que 300 mil, das mais de 500 mil mortes decorrentes da Covid-19 no país, seriam evitáveis, mas Bolsonaro só quis a vacina quando houve chance de propina.

Ontem, também na rede social, o senador alagoano comentou seu indiciamento pela Polícia Federal, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso conhecido como “Guerra dos Portos”, em 2012, quando teria recebido R$ 1 milhão em propina, da Odebrecht.

“A PF não tem competência para indiciar senador, só o STF. Bolsonaro pensa que a Constituição e a PF são dele, que delegado é jagunço. Quis tumultuar a CPI: plantou áudio, mandou investigar o dono da Precisa para ele obter HC e calar-se. Mas, a cada dia chegamos mais perto dos seus crimes”, escreveu Renan.

Na postagem, ele retuitou um texto no qual o jornalista Reinaldo Azevedo questiona a “coincidência” de o inquérito da PF contra Renan se arrastar desde 2017 e ter sido concluído somente agora, com indiciamento.

 “De cara, há abuso de autoridade. PF não pode indiciar quem tem foro especial. É jurisprudência do STF desde 2007, de acordo com a Constituição. Vergonha dupla!”, escreveu Azevedo.