Como ativista preta,das Alagoas de Palmares, tenho uma ligação afetiva quase, umbilical com um universo de gentes de luta, do Rio de Janeiro
O Rio preto sempre recepcionou essa ativista com um acolhimento excepcional, tipo Ubuntu.
Do Rio de Janeiro trago marcas indeléveis, das muitas pessoas ,com as quais tivemos tempo e energia para trilhar caminhos de troca e experiências extraordinárias.
Conheci Januário Garcia, meio que de repente, como cabra ativista visceral do MNU e um desbravador e leitor de almas, resgatadas em fotos belíssimas.
O preto, nascido, em 16 de novembro de 1943, Belo Horizonte, lá pelas bandas das Minas Gerais e que chegou, sozinho, aos 13 anos, ao Rio de Janeiro tem importância incomensurável para história do movimento negro brasileiro, do jornalismo fotográfico , da reinterpretação do Brasil e na descrição de universos díspares.
Um sujeito com talento multinacional ovacionado,por uma multidão hiperbólica, de aprendizes e aprendizados.
Reencontrei-o faz um par de anos, na Marcha das Mulheres Negras, em Copacabana.
No último dia do mês de junho,30, desses tempos assustadoramente, caóticos, a Covid 19 sequestrou a vida desse ativista valente, aos 78 anos.
Encantou-se!
Que no Orum, o filho de Geralda da Mata Garcia e Januário Garcia,continue a tirar muitos retratos com vistas arrebatadoramente emblemáticas.
Memórias ancestrais de um eloquente garimpeiro de imagens, imortalizadas
Siga em paz!