Vagner Fernandes é jornalista, pesquisador e escritore. Há mais de 20 anos cobre reportagens na área de Cultura, e escreve:.
A Tv Globo quando se propõe a produzir programas que refletem a existência é imbatível. Ah, você não assiste Tv aberta em hipótese alguma? Eu assisto, sim, quando algo me interessa. Foi assim com o “Falas negras” e hoje com o ”Falas de orgulho”. Quanta saudade desta televisão que adaptava obras literárias em especiais como “Morte e vida severina”, em telenovelas como “A sucessora” e em reportagens que nos levavam a mergulhar em temas importantes do nosso tempo. A pandemia nos tem dado uma pista das transformações no consumo do audiovisual. A Tv aberta vem tentando acompanhar o movimento, a celeridade com que as plataformas de streaming produzem conteúdo diversificado e para públicos distintos. Os tempos são outros e nem tudo pode e deve mesmo agradar a audiência. Até as grandes marcas demonstram isso em suas publicidades. Tem gay em campanha do Santander e das Casas Bahia; pretos, gordos e carecas em publicidade da Avon; modelos com vitiligo estampando painéis da Diesel. Mudamos, minha gente. Fico imaginando as famílias terrivelmente católicas e protestantes diante do caldeirão mutante no qual se converteu a vida nestes últimos tempos. O “Falas de orgulho” foi um programa histórico. Daqui a uns dez, vinte anos, iremos lembrar desta obra marcante, impecavelmente produzida e dirigida.
direção artística - Antonia Prado
direção - Washington Calegari
roteiro - Carlyle Junior
produção - Beatriz Besser
diretor executivo - Rafael Dragaud
diretor de gênero - Mariano Boni
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