José Roberto dos Santos é um líder encantado do Quilombo Remanescente Lagoa do Algodão, no município de Carneiros.
Nasceu em 1909. Foi casado e teve 5 filhos, 2 mulheres e 3 homens. Net@s passam de 20, ainda tem bisnet@s e tataranet@s.
Na época, segundo informações de quilombolas mais velhos, a comunidade sofria muito, com a falta de alimentação e água. Foi José Roberto dos Santos quem lutou muito para conseguir água, alimento e dignidade para comunidade.
Apesar da luta renhida, o líder morreu, aos 66 anos, em 1975, e não materializou o sonho de trazer água potável, ou um chafariz, para abastecer a comunidade, entretanto, anos depois de sua morte, um neto de José Roberto conseguiu construir o tão sonhado chafariz .
A tataraneta, a universitária, Ana Kelly da Conceição Damasceno Silva, conta:
“Na época do meu tataravô eram poucos que tinham água potável. Os que tinham barreiros ou barragem, não queriam dar água, porque diziam que o gado iria ficar com sede.
A comunidade é muito pobre e o chafariz ajuda muito, porque ainda sofremos, com a ausência de água. No Quilombo do Algodão não existe oportunidade de trabalho e esse chafariz, ajuda muito. Nossa luta de uns anos para cá é que a comunidade possa ter água potável, para dar vida ao projeto, do meu tataravô.
No Quilombo do Algodão a transmissão do conhecimento, ainda se faz de forma oral: “Não há documentos da data de nascimento. A gente só soube faz pouco tempo, que era uma comunidade quilombola. A gente não sabia que era um quilombo, até hoje muitas pessoas não sabem da importância.” - acrescenta.
Em 1909, José Roberto dos Santos, líder quilombola sonhava em construir um chafariz para levar água para o quilombo. Não conseguiu. Morreu antes.
E agora a tataraneta, a universitária Kelly, de 29 anos faz resgate da singularidade de histórias, lutas e resistência do guerreiro encantado dos quilombos.
Quilombo do Algodão, no município de Carneiros, Alagoas.