Mareval Ricardo Gomes nasceu, em 22/11/1971 na comunidade remanescentes de quilombo de Lagoa das Pedras, em Água Branca.
A comunidade fica localizada em uma cidadezinha do alto sertão das Alagoas de Palmares.
As comunidades remanescentes de quilombo ou, os quilombos contemporâneos são grupos sociais cuja identidade étnica ,até, hoje os distingue do restante da sociedade.
Mareval era uma liderança preta, nascido, bem no mês da consciência negra. Um sujeito que corria o mundo todo em busca de melhorias para sua comunidade. Um desbravador.
Era membro atuante na Coordenação Estadual das comunidades remanescentes de quilombos Ganga Zumba e coordenava a Associação quilombola de Lagoa das Pedras.
Em abril quando soube da proposta da caminhada Primavera Negra e que em Alagoas, o Instituto Raízes de Áfricas estava a frente da coordenação estadual , Mareval me ligou e disse: quero ajudar de alguma forma. Precisamos unir as forças e lutar pelo nosso povo.
Tivemos algumas conversas e um tempo depois enviei, pelo zap-zap o convite par a primeira reunião on-line do comitê, e estranhei a falta de respostas.
E no dia 17 de junho, soube que a covid 19 levou Mareval, a grande liderança quilombola de Água Branca.
Foi um ativista importantíssimo, que desafiou mundos, promoveu revoluções no escrever uma nova narrativa quilombola. Foi uma força motriz, catalizadora do desenvolvimento sustentável, muitos ganhos só foram possíveis graças ao seu trabalho e dedicação. . Focou esforços em potencializar investimentos históricos para sua comunidade. Ensinou-a a respirar para além da opressão.
Inspirou. Incentivou. Garimpou caminhos .
Se fez Ubuntu.
E agora, celebramos o legado do ativista quilombola que entra para a história ancestral de pret@s alagoan@s.
Segue tua caminhada na luz, Mareval Ricardo!