Quanto mais próximo fica o dia 5 de julho, data da aposentadoria do ministro Marco Aurélio, aos 75 anos, mais os principais desejosos pelo cargo reforçam seus lances para serem o indicado ao Senado pelo presidente Jair Bolsoanro.

A corrida tem aumentado de intensidade nos últimos dias, idem os pedidos de apoio, promessas de ajuda, explicações sobre determinadas posições, intensas articulações, inclusive políticas.

O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), André Mendonça, pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, é o favorito. Já é de domínio público que o presidente Jair Bolsonaro prometeu a líderes evangélicos que o indicará para a Corte.

Mas o seu nome enfenta fortes resistências no Senado. Ele é visto pelo mundo político como não confiável, políticmente e ideologicamente é alinhado ao presidente Bolsonaro e, em muitos pontos jurídicos, demonstrou ter métodos simpáticos aos utilizados pela Lava Jato.

Por esses "defeitos" é que surge a esperança dessa corrida virar para o lado do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins. Além de ter se aproximado do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o mais influente filho do presidente, também teria conseguido o apoio do único ministro indicado ao STF por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques, e conquistado o apoio da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos.

Porém, a esperança do alagoano também é semelhante a de Augusto Aras, o  procurador-geral da República, que tem contato direto e boa relação com toda a classe política, e, principalmente, atua abertamente na proteção ao governo federalo.  

Caso, por exemplo, em que pediu o arquivamento do inquérito dos atos antidemocráticos, que investiga 11 parlamentares da base governista e empresários e blogueiros bolsonaristas, como também ao se posicionar a favor da convocação de governadores à CPI da Covid no Senado, clara estratégia do Palácio do Planalto de ampliar o foco das investigações para jogar o desgaste pelo trabalho da comissão nos governadores.

EM TEMPO - Nos últimos dias circulou um nome novo na disputa: o juiz federal de segunda instância William Douglas, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Uma centena de juízes e de membros do MP teria enviado uma carta recomendado o nome ao presidente Jair Bolsonaro.

Ele carrega qualidades especiais e fundamentais para entrar na corrida, não só porque conta com a simpatia da ministra da Mulher, Família e Direito Humanos, Damares Alves, mas principalmente porque é evangélico.