O senador Fernando Collor de Mello (PROS) – que há muito tem refeito sua imagem nas redes sociais e chamado atenção por isso – tem tentado ficar cada vez mais próximo do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Collor tem alinhado posicionamentos, defendido o presidente e até ironizado as esquerdas, como fez ao comentar os recentes protestos contra Bolsonaro por conta da pouca presença de pessoas nas ruas. É válido lembrar que em um passado não muito distante, Collor foi um dos aliados do Partido dos Trabalhadores.

Na sequência, Collor rompeu com o PT e até votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Agora, Fernando Collor – por conta da sobrevivência política, já que enfrentará o processo eleitoral de 2022 na tentativa de se reeleger senador – tenta ser o candidatado de Bolsonaro em Alagoas.

Logo, o senador alagoano tem muito mais de camaleônico que de ideológico. Para Collor, o que está em jogo é sobreviver politicamente. Se precisar virar à direita conservadora, não será surpresa para quem entende do GPS collorido.

No xadrez, o senador Fernando Collor de Mello tenta se aproximar das lideranças da direita local, mostrando aliança com o presidente, e busca unir em um mesmo bloco os partidos de Centro, sendo candidato em uma chapa articulada pelo presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas).

Informações de bastidores, entretanto, afirmam que Lira tem outros planos. Ele pretende articular um grupo sem a presença de Fernando Collor.

A novidade desse xadrez é a possibilidade (ainda conforme bastidores) de Collor ir para o Patriota, caso Bolsonaro feche com o partido. O senador Flávio Bolsonaro (Patriotas) já se encontra na legenda e isso – na leitura de alguns bolsonaristas – seria a abertura do caminho para a vida do presidente da República.

Collor viria para o Patriota? A pergunta já ecoa em Alagoas.

Um dos principais nomes do partido, Josan Leite, diz que a possibilidade é “remota”. Leite disputou a Prefeitura de Maceió, no pleito passado, pelo Patriota. Na briga majoritária, ele foi o palanque que mais defendeu o presidente da República. Segundo os bastidores, para 2022, Josan Leite trabalha para disputar o governo estadual. Se será o candidato oficial do presidente ou não, aí é outra história, pois há a presença de Arthur Lira pelo caminho…

Indaguei Leite sobre as informações de que Collor assumiria o Patriota no Estado, preparando a saída do PROS. “O que eu estou sabendo é que essa possibilidade é remota”, diz de forma enfática. Ao ser questionado sobre os planos para disputar o Executivo estadual, Leite é mais cauteloso: “Eu coloquei o meu nome para qualquer desafio. As nossas lideranças de direita também precisam ser ouvidas para a construção de um projeto”, frisou.

Para Josan Leite essa decisão, portanto, não pode ser tomada de forma individualizada.

Josan Leite acredita – entretanto – que a ida de Bolsonaro para o Patriotas já se encontra praticamente fechada. “A informação que tenho é de que isso já está sacramentado, faltando apenas alguns ajustes internos. O Flávio (Bolsonaro) já se encontra no partido, o que é um sinal da vinda do presidente”, explica.

O Patriota de Alagoas não conta com o nome de Collor, pelo visto. Caso ocorra de – por cima – Fernando Collor de Mello cair de paraquedas na legenda, será uma surpresa para os filiados que possuem pretensões para 2022. Teremos uma total reconfiguração do partido em Alagoas.