Filha de comerciante, Teresinha Ramires foi aluna da primeira turma de médic@s da faculdade de medicina, da Universidade Federal de Alagoas.
Sempre envolvida com as questões sociais integrou o Diretório Acadêmico e da diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde ocupou a vice-presidência.
Médica pediatra especializou-se na criação de espaços públicos que atendesse as demandas das crianças alagoanas.
Foi responsável pela criação do Departamento de Pediatria na Sociedade de Medicina de Alagoas e por duas vezes ocupou a vice-presidência da entidade. Fundou o primeiro pronto-socorro infantil de Maceió e a primeira clínica particular especialmente para crianças. Além disso, lecionou na Faculdade de Medicina da UFAL ocupando as cadeiras de Nutrição e Pediatria.
Como vereadora, por Maceió, atuou com determinação em defesa da luta pela vida das mulheres, e teve muita disposição de correr atrás dos investimentos públicos para combater o ambiente desafiador.
Uma luta, com sentido plural, que espalhou perspectivas e reinventou muitas realidades, reescreveu narrativas.
Em 1984 participou do Seminário sobre Mulher e Política, organizado por Ruth Cardoso, para discutir a criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Em 1985 fundou a Associação Alagoana Pró-Mulher. Em 1992 assumiu a coordenação do Fórum de Entidades Autônomas do Movimento de Mulheres de Alagoas.[1] Participou do Movimento pela criação do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CEDIM) e foi sua 1ª Presidente, além de colaborar com o Projeto de Lei criador da Polícia Feminina.
Em 1944 lutou ativamente para que fossem dados direitos iguais às mulheres de ingressarem as corporações predominantemente masculinas. Desde então foi criada a equipe feminina de Bombeiros do Estado de Alagoas.
Participou da elaboração das propostas em favor da mulher para a Comissão Constitucional da Assembleia Constituinte Estadual, proposta sobre Educação Diferenciada.
Em sua homenagem, o único centro de atendimento voltado para as mulheres vítimas de violência doméstica em Alagoas, inaugurado em 2002, recebeu seu nome: Centro de Atendimento e Referências às Mulheres de Violência Doméstica Drª Terezinha Ramires.
Morre Terezinha Ramires, a médica, a professora, a política alagoana, mas, sua história permanecerá viva, nas gerações de mulheres que referendou , como a militante negra e feminista, a policial civil, Eulina Neta
-A Dra. Terezinha Ramires foi uma grande mestra. Foi ela quem, literalmente, me pegou pela mão e descortinou as janelas para as complexidades do mundo.
É uma mulher única e sua importantíssima trajetória de vida foi pontilhada de generosidade e empatia.
Segue em paz, mestra!- diz Eulina.
A médica faleceu, aos 90 anos, neste domingo,30 de maio, segundo a família.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Terezinha_Ramires