Uma adolescente de 13 anos com paralisia cerebral foi vítima de estupro. A garota era tetraplégica e respirava com ajuda de aparelhos de oxigênio.
"A mãe lavava roupa para sobreviver e deixava a filha tomando sol, em frente à casa em que moravam. Estupraram essa garota e ela engravidou. Quando chegou ao hospital, ninguém estava disposto a interromper a gravidez dela, porque se diziam contra o aborto", conta a médica Melania Amorim
"Eu, uma recém-formada, fui chamada, porque ninguém queria se responsabilizar por aquela intervenção. Eu era muito jovem. Olhei para a menina, li o prontuário e fiz ali, sozinha, minha primeira interrupção de gravidez. Em meio à solidão, administrei os medicamentos e esperei a expulsão, para depois fazer a curetagem. Fiz aquilo porque tinha a plena convicção de que estava salvando a vida daquela criança e que aquilo era um direito de uma vítima de estupro", relata, com a voz embargada.
Até hoje isso me emociona.- finaliza.
"O aborto em casos legais, com acompanhamento médico, é muito mais seguro que o parto- afirma a médica.
18 de maio?