Na manhã de hoje, dia 20, publiquei um texto – aqui nesse blog – em que disse claramente que faltam lideranças políticas com representatividade para as eleições majoritárias vindouras de 2022, pois o cenário só mostra mesmo o fisiologismo tentando fabricar algumas candidaturas que possuem redutos eleitorais definidos, o que garante êxito em disputas proporcionais, mas não se identifica com qualquer projeto ou conjunto de valores para que seja ali representado o que se quer para um Executivo.

Consciente ou inconsciente essa avaliação é feita em uma disputa por muitos eleitores, chegando ao ponto de ter aqueles que preferem avaliar qual o “menor mal”, caso rejeite todas as opções. Preferem isso a ter que votarem nulo. 

Evidemente que, a partir do momento em que as candidaturas ao governo e ao Senado Federal estiverem postas e consolidadas, muitos dos que não possuem em quem votar agora acabam por escolher até mesmo entre nomes que rejeitariam, pois aí entra em cena o cálculo do “menor mal” ou até mesmo outros motivos. 

No entanto, a pesquisa de agora – realizada pelo Instituto Falpe – reforça a tese que levanto: lideranças significativas na política alagoana tem se tornado algo raro.

O Instituto Falpe – conforme publicado pela jornalista Vanessa Alencar, em seu blog, aqui no CadaMinuto – fez uma pesquisa estimulada de intenções de votos para 2022 em nove municípios do Baixo São Francisco e Litoral Sul do Estado. 

Foram 1.442 pessoas ouvidas entre os dias 12 e 16 deste mês, na zona urbana e rural. O levantamento tem margem de erro: 3,5% para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

Há quem foque no resultado que mostra os líderes da disputa pelo governo estadual, que são o ex-prefeito Rui Palmeira (20%), o senador Rodrig Cunha (12,5%) e Davi Davino Filho (10,5%). Porém, há outro dado relevante: 25% do eleitorado respondeu que não vota em nenhum dos mostrados e 27% crava em não ter opinião. Isso representa 52% do eleitorado sem apontar para qualquer candidato, sem se observar, ao menos de imediato, representado nos políticos postos. 

Alguém poderá dizer, mas é uma pesquisa apenas no Baixo São Francisco e Litoral Sul… 

Bem, o Falpe fez outras pesquisas recentemente, que também foram divulgadas pela Vanessa Alencar. 

Na região Agreste – divulgada em fevereiro desse ano – a soma dos que não apontavam candidato dava 28,75%. Isso é maior do que a intenção de voto do primeiro colocado naquela região: o deputado estadual Antônio Albuquerque, com 20,5%. 

Vejam, Albuquerque é a maior liderança daqueles municípios. É onde ele, tradicionalmente tem mais voto. Logo, é natural que seja líder na pesquisa localizada. Todavia, mesmo assim, o número dos “sem candidato”surpreende. 

Na Grande Maceió, o Falpe mostra que 18% não votaria em nenhum candidato e que 17,75% não opinaram. A soma desses índices também supera o líder, que é Davi Davino Filho (Progressistas), que ainda surfa no recall de ter feito uma boa campanha, do ponto de vista técnico, na disputa pela Prefeitura de Maceió.