Uma constatação que ninguém deve negar é a de que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) não alivia quando avalia seus possíveis adversários ou quem, de alguma forma, atrapalhe os seus planos. Por isso as suas declaraçoes e posicionamentos têm conteúdo, mas demarcam terreno, geram polêmicas e reforçam animosidades.
Em entrevista ao A Tarde, Ciro, que tenta construir alianças que viabilizem uma terceira via na disputa presidencial de 2022 contra a polarizão entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro - inclusive tem conversado com o DEM -, diz que o atual presidente é um cachorro desdentado: "Cachorro desdentado, quando é acuado, ele rosna, faz de conta que vai morder, mas na verdade é um frouxo e não morde ninguém. Então ele tem feito ciclicamente essa tentativa e produz um terror, dá um argumento para essa decrescente base amalucada dele, mas um dia uma parte importante da base dele vai embora, porque está vendo que o Bolsonaro, enfim, ao invés de ser solução, é um criador de problemas."
Para Ciro Gomes, "o Lula hoje é muito mais um espantalho, que no imaginário de um partido, imagina-se o seguinte: que a grande questão hoje é remover o Bolsonaro. Então quem parece mais viável para remover o Bolsonaro é o Lula. Neste caso, nós devemos engolir, devemos fechar os olhos, botar o dedo no nariz, e votar no Lula, porque tudo que importa é tirar o Bolsonaro. Ora, na medida em que o Bolsonaro vai, pesquisa depois de pesquisa, mostrando que será derrotado por qualquer um, a maioria do povo brasileiro não vai precisar votar à força em mim ou no Lula ou em quem quer que seja. E aí o debate deverá voltar para quem tem que ser".
"O que é que nós vamos fazer para resolver a mais grave crise social e econômica da história brasileira? Quem criou essa crise foi o PT. Foi o Lula, que impôs a Dilma, sem nenhuma experiência, que quebrou o país. O que o Bolsonaro fez foi agravar muito dramaticamente esse problema. Alguém pensando serenamente imagina que existiria um Bolsonaro se não fosse a imensa decepção que o PT produziu na economia, na corrupção e na política brasileira? Quem não for fanático sabe. Isso tudo vem à tona no debate. A terceira via, o que tem que fazer, é procurar o povo. Propor uma saída concreta, absoluta, mostrar para o povo o que aconteceu no Brasil, quando foi que aconteceu, quem foi o responsável e como nós vamos tirar o país dessa crise", afirma o pedetista.
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