A catástrofe humanitária que está matando milhares de brasileiros decorrente, principalmente, do descontrole da pandemia, da falta de vontade política para agir de forma adequada, os erros de gestão e o negacionismo liderados pelo presidente Jair Bolsonaro terão consequência políticas para além de 2022.

Omisso, equivocado, bateu o desespero no irresponsável especialmente após a criação, nesta terça-feira (13), no Senado, da CPI da Covid porque ela trará graves consequências.  A CPI irá investigar ações e omissões da gestão do presidente na pandemia e a aplicação de verbas federais repassadas aos estados.  

Claro que ela é política, assim como é jurídica. E em ano pré-eleitoral com a economia em frangalhos e com a maioria dos membros da comissão devendo ser candidato à reeleição ou ao cargo de governador, o palanque é sensacional.

Dos 11 nomes indicados pelos blocos partidários como titulares da CPI, 6 devem disputar governos estaduais e 2 à reeleição ao Senado. Uma das exceções é Renan Calheiros (MDB-AL) que, na metade do mandato, não será candidato no próximo ano.

Contudo, tudo leva a acreditar que o alagoano terá uma grande oportunidade de retornar ao centro do palco político na importante posição de relator da Comissão Parlamentar de Inquérito.  

É por tudo isso que Jair Bolsonaro trabalha para evitar que Calheiros e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) - críticos do governo federal, ocupem cargos de destaque como presidente ou relator da CPI que irá investigar ações e omissões da gestão Bolsonaro na pandemia e a aplicação de verbas federais repassadas aos estados, repito.

Mas é pouco provável que Jair Bolsonaro consiga alterar o quadro uma vez que o seu grupo é minoria na CPI.  

Aliás, a maioria dos  membros da comissão já está sonhando com o momento em que vão convocar e ouvir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e seus principais assessores. O ex-ministro Ernesto Araújo também terá que explicar sobre a diplomacia da vacina sob seu comando, assim como, entre outros, Fábio Wajngarten, ex-Secom responsável pela campanha publicitária “O Brasil não pode parar”.

E não fique surpreso, caro leitor, que eles deverão responder que cumpriram ordens do chefe, o dono da poderosa caneta bic.

Será?